segunda-feira, 8 de março de 2010

AIDS

A sida

Desde a publicação deste livro em 1983, surgiu no mundo um novo sintoma com uma veemência tal que o situou no centro da atenção pública onde, a julgar pelos indícios, deverá permanecer durante muito tempo. Quatro iniciais simbolizam este novo flagelo: AIDS - Acquired Immune Deficiency Syndrome, que se traduz por "sida" e significa Síndrome de Imunodeficiência Adquirida. A sua causa material é o vírus HTLV--III/LAV, um agente minúsculo, extremamente sensível, que apenas consegue viver num ambiente muito específico, pelo que, para poder transmitir-se, seja necessário que células de sangue fresco ou esperma passem para o sistema circulatório de outra pessoa. O agente perece fora do organismo.

Entre a reserva natural do vírus da sida contam-se certas espécies de símios oriundos da África Central (nomeadamente o macaco verde). O vírus foi detectado pela primeira vez em finais dos anos 70 num tóxico dependente de Nova Iorque. Transmitiu--se primeiro entre tóxico dependentes devido à utilização comum de agulhas hipodérmicas, mas rapidamente passou a propagar-se também no seio da comunidade homossexual por via do contato íntimo. Atualmente os homossexuais ocupam o lugar primeiro entre os grupos de risco, sobretudo devido ao fato de a relação anal, por eles praticada, provocar pequenas lesões na sensível mucosa do intestino retal, o que permite ao sêmen contendo o vírus passar para o sangue (a mucosa vaginal, por sua vez, é mais resistente a feridas).

A sida surgiu precisamente no momento em que os homossexuais conseguiram melhorar e legitimar consideravelmente o seu estatuto nos EUA. Apurou-se entretanto que na África Central o vírus afeta igualmente os heterossexuais, contudo, na Europa e na América o campo de propagação da epidemia centra-se sobretudo na comunidade homossexual. A liberdade sexual vê-se atualmente seriamente ameaçada pelo flagelo - há quem o lamente, mas há também quem veja nele o merecido castigo de Deus.

O que é certo é que a sida se converteu num problema da coletividade - não é coisa de uns quantos, mas sim de todos. Pareceu-nos, por isso, tanto a nós como a editora que seria oportuno adicionar ao livro o presente capítulo no qual procuramos esclarecer o conteúdo da sintomatologia da sida.

Ao examinarmos os sintomas, quatro pontos chamam a nossa atenção:

1. A sida provoca a destruição das defesas do corpo. Por outras palavras, ataca a capacidade do corpo para se isolar e defender de agentes agressores vindos do exterior. O dano irreparável causado à imunidade expõe os doentes afetados de sida a infecções que não constituem qualquer ameaça para as pessoas que mantêm as suas defesas intactas.

2. Dado que o vírus HTLV-III/LAV tem um período de incubação muito dilatado (entre o momento da infecção e a manifestação dos primeiros sintomas podem transcorrer vários anos), a sida tem um caráter inquietante. Se não contarmos com o rastreio (Elisa-Test), é praticamente impossível sabermos quantas pessoas ao certo foram infectadas com o vírus da sida ou sabermos sequer se nós mesmos estamos infectados neste momento. Por essa razão a sida é um adversário invisível, muito difícil de combater.

3. Posto que a sida apenas se contrai por contágio através do sêmen ou do sangue, não se trata de um problema pessoal e particular, mas revela antes, de forma eloqüente, a nossa dependência em relação aos demais.

4. Por fim, na sida a sexualidade é um fator de primordial importância na medida em que é praticamente a única via de contágio, uma vez que as restantes possibilidades - utilização de agulhas hipodérmicas usadas e a transfusão de sangue infectado - são relativamente fáceis de eliminar. É por essa razão, sobretudo, que a sida adquiriu o seu estatuto de "doença sexualmente transmissível" e que a sexualidade passou a ter conotações angustiantes e "mortais".

Chegamos à conclusão, e estamos convencidos, de que a sida consiste, enquanto perigo coletivo, num desenvolvimento lógico da problemática do cancro. Os dois tem muita coisa em comum, pelo que se afigura legítimo reuni-los sob a epígrafe comum do "Amor Enfermo". Para melhor se compreender o que pretendemos dizer com isso, torna-se necessário referirmo-nos sucintamente à temática do "Amor" e àquilo que ficou dito em capítulos anteriores.

Vimos que o amor é a única instância capaz de superar a polaridade e de unificar os opostos. Dado que os opostos sempre se definem através de fronteiras - o Bem/o Mal; dentro/fora; Eu/Tu -, a função do amor consiste em superar ou, melhor dizendo, arrasar todas as fronteiras. Por essa razão definimos o amor, entre outras coisas, como capacidade de abertura, de "aceitação" do outro e de sacrificar a fronteira do Eu.

O sacrifício que o amor impõe tem uma vasta e riquíssima tradição na poesia, na mitologia e na religião; a nossa cultura reconhece-o na figura de Jesus que aceitou o sacrifício da morte por amor à humanidade e seguiu assim o caminho que seguem todos os Filhos de Deus.

Quando falamos de "Amor" referimo-nos a um processo espiritual e não ao ato corporal; dizemos sexualidade quando falamos de "amor carnal".

Estabelecida a distinção, torna-se mais fácil compreender que na nossa cultura temos atualmente grandes dificuldades em relação à temática do "Amor", o Amor anseia antes de mais pela alma do outro - não pelo seu corpo; a sexualidade deseja o corpo. Ambos têm a sua justificação; o perigo - aqui como em tudo reside na unilateralidade. A vida é equilíbrio - é um jogo de compensação entre Yin e Yang, entre cima e baixo, entre esquerda e direita.

Transposto para a temática que ora abordamos, isso significa que a sexualidade tem de estar em equilíbrio com o amor, caso contrário resvalamos na unilateralidade, e toda a unilateralidade é nefasta, ou, dito de outra maneira, é doentia. Nem nos damos conta sequer da veemência com que se valoriza em excesso o ego e por conseguinte se definem tão marcadamente os limites da personalidade, de tal modo o processo da individualização se tornou tão natural nos nossos dias.

Se pararmos um pouco para pensar na importância que desempenha hoje um nome no campo da indústria, da publicidade e da arte, e compararmos com o passado, quando a grande maioria dos artistas permaneciam no anonimato, compreenderemos com mais clareza aquilo que se pretende dizer por acentuação do ego. Essa evolução manifesta-se também em outros campos da vida, como seja a transformação da grande família em núcleos familiares reduzidos bem como na mais recente instituição da vida moderna que dá pelo nome de "solteiro".

O Tl é a expressão do nosso crescente isolamento e solidão. O indivíduo moderno procura reagir a esta tendência de duas maneiras: através da comunicação e através da sexualidade. O desenvolvimento dos meios de comunicação tem sido extraordinário: imprensa, rádio, televisão, telecomunicações, computadores, telefones, etc. - estamos todos conectados por uma imensa rede eletrônica.

Antes de mais, cabe aqui frisar que o desenvolvimento da comunicação eletrônica não resolve o problema da solidão e do isolamento na medida em não obriga a assumir compromissos; por outro lado, o desenvolvimento dos modernos sistemas eletrônicos revela claramente ao Homem a futilidade e a impossibilidade de se isolar realmente - de guardar um segredo só para si, ou de reivindicar um ego (quanto mais a eletrônica se desenvolve, mais difíceis e inúteis se tornam segredos, proteção de dados e copyrights!).

A segunda fórmula mágica consiste na liberdade sexual: cada pessoa pode, deve e deseja "estabelecer contacto" com quem quer lhe apeteça mas, não obstante, permanece espiritualmente intocável. Não é de estranhar, portanto, que os novos meios de comunicação sejam colocados ao serviço da sexualidade: desde os anúncios íntimos nos jornais ao sexo pelo telefone, passando pelo sexo virtual através do computador, a última grande novidade que nos chega.

A sexualidade serve, pois, a satisfação dos prazeres, concretamente e antes de mais, os prazeres próprios - "o parceiro" acaba por ser apenas um mero acessório. Em última instância nem sequer se requer o outro na medida em que se consegue viver o prazer pelo telefone ou a sós (masturbação).

Amor, ao invés, significa o verdadeiro encontro com outra pessoa; mas esse encontro com "o outro" é sempre um processo que gera alguma ansiedade na medida em que exige que questionemos a nossa própria maneira de ser. O encontro com outra pessoa é sempre um encontro com a própria sombra. É por isso que a convivência é tão difícil.

O Amor exige sempre mais trabalho do que o prazer. O Amor coloca em perigo a fronteira do ego e exige abertura. A sexualidade pode ser um estupendo complemento do amor para abrir as fronteiras e viver a união também no plano corporal, mas se excluirmos o amor, a sexualidade por si só será incapaz de cumprir essa função.

Na época em que vivemos - já aqui o dissemos - é extremamente egocêntrica e tem aversão a tudo o que aponte para a superação da polaridade. E nós, focando a ênfase sobre a sexualidade, procuramos ocultar e compensar a nossa incapacidade de amar - o nosso tempo estará porventura liberto sexualmente mas carente de amor. O amor passa para a sombra. Trata-se de um problema do nosso tempo e da cultura ocidental na generalidade; é um problema coletivo.

É um problema, aliás, que aflige acima de tudo a comunidade homossexual. Mas não se trata agora de discutirmos quais as diferenças que existem entre a homossexualidade e a heterossexualidade, mas sim, de realçar a tendência nítida que se pode observar entre homossexuais para desprezarem o relacionamento estável com um só parceiro e para se entregarem a comportamentos promíscuos (que no decorrer de um fim-de-semana se estabeleçam contatos sexuais com dez a vinte parceiros, não é nada de extraordinário).

É certo que essa tendência, e a problemática que ela acarreta, é idêntica, tanto para homossexuais como para heterossexuais, mas a amplitude do seu desenvolvimento no seio da comunidade homossexual torna-a mais vulnerável aos perigos.

Quanto mais se dissocia o amor da sexualidade e se busca apenas a satisfação do prazer pessoal, mais os estímulos sexuais se dissipam. Isso por sua vez provoca uma escalada do estímulo que tem de ser cada vez mais original e refinado para ser eficaz, bem como o recurso a práticas que revelam claramente o pouco que conta o parceiro que assim se vê reduzido à condição de um mero estímulo.

Esperamos que estas observações esquemáticas que acabamos de fornecer possam servir de ponto de partida para uma melhor compreensão do quadro da sida. Se o amor deixa de ser vivido na consciência como possibilidade de encontro e intercâmbio espiritual entre dois seres ele é relegado para a sombra e, em última instância, para o corpo. O amor é inimigo de fronteiras e insta à abertura e à união com o que chega de fora.

A destruição das fronteiras provocada pela sida reflete nitidamente o princípio exposto. As defesas do corpo protegem justamente as fronteiras imprescindíveis para a existência corporal, dado que toda a forma requer delimitação e por conseguinte um ego. O paciente com sida vive no plano do seu corpo o amor, a abertura, a acessibilidade e a vulnerabilidade que, por medo, evitou no plano espiritual.

A temática da sida é muito semelhante à do cancro, pelo que catalogamos os dois sintomas sob a epígrafe do "Amor Enfermo". Existe, porém, uma diferença: o cancro é mais pessoal do que a sida; queremos com isso significar que o cancro afeta o paciente individualmente, não é contagioso. A sida, pelo contrário, faz-nos compreender que não estamos sós no mundo, que cada individualização é uma ilusão e que o ego é, no final de contas, uma aberração. A sida faz-nos sentir que pertencemos a uma comunidade, que fazemos parte de um grande todo e que, enquanto parte, somos responsáveis pelo Todo.

O paciente com sida sente de modo fulminante o peso dessa responsabilidade e vê-se forçado a tomar uma decisão quanto ao que fará de ora em diante. A sida impõe a responsabilização, precaução e consideração pelo próximo - qualidades que o paciente com sida exercia até então com demasiada parcimônia.

A sida exige, por outro lado, a renúncia total à agressividade no ato sexual, uma vez que se houver sangue o risco de infectar os parceiros aumenta. O uso de preservativo (e luvas de borracha) reconstrói artificialmente a "fronteira" que a sida vai deitando abaixo no plano corporal.

Ao abandonar práticas sexuais agressivas, o paciente tem a possibilidade de aprender a ternura e a delicadeza como formas de se relacionar e desse modo a sida põe-o em contato com as temáticas que até aí procurava evitar, nomeadamente, a debilidade, a vulnerabilidade, a passividade, em suma, com o mundo dos sentimentos.

É por demais evidente que os aspectos que a sida obriga a renegar (agressão, sangue, falta de consideração...) situam-se na polaridade masculina (Yang), ao passo que aqueles que obriga a cultivar (debilidade, vulnerabilidade, delicadeza, ternura, consideração...) correspondem a aspectos da polaridade feminina (Yin).

Não é de estranhar, pois, que a sida tenha uma incidência tão elevada entre os homossexuais, uma vez que precisamente o homossexual evita sobremaneira encarar a feminilidade (...o fato de assumir tão ostensivamente um comportamento efeminado não constitui qualquer contradição sendo, antes sim, sintoma!).

Os grupos de maior risco são os tóxico dependentes e os homossexuais. Trata-se de grupos auto-marginalizados que repudiam e chegam mesmo a odiar a sociedade e que por sua vez suscitam repulsa e aversão. Graças à sida o corpo aprende a renunciar ao ódio - ao abdicar de toda a imunidade implanta o amor incondicional.

A sida confronta a humanidade com uma zona de sombra muito profunda. Ela é, em mais do que um sentido, uma emissária do "submundo", na medida em que a porta de entrada do agente se situa precisamente no "submundo" do Ser Humano. O agente propriamente dito permanece um longo período na obscuridade, ignorado, até que pouco a pouco se manifesta através da vulnerabilidade e debilitação gradual do paciente. Nessa altura a sida exorta à reconversão e à metamorfose. A sida perturba-nos porque atua a partir do oculto, do invisível, do inconsciente - a sida é o adversário invisível que feriu de morte Anfortas, rei do Graal.

A sida tem uma relação simbólica (e, por conseguinte, temporal) com a ameaça da radioatividade. Depois de, à custa de tanto esforço, o Homem se ter libertado de tudo o que pertencia aos "mundos do invisível, do intangível, do númeno e do inconsciente", esses mundos declarados inexistentes contra-atacam agora e remetem-no para a condição primitiva, tarefa que outrora incumbia aos demônios, espíritos, divindades coléricas e monstros do Reino Invisível.

É sabido que o impulso sexual é uma força misteriosa e inquietante capaz de separar ou de unir, consoante o plano em que atue. Uma vez mais, a nossa tarefa não consiste aqui em reprimir ou condenar a sexualidade puramente física, mas sim de a reequilibrar, dotando-a de uma "abertura espiritual" a que chamamos "Amor".

Resumindo:
Sexualidade e Amor são os dois pólos de um tema chamado "união dos opostos".
A sexualidade diz respeito ao corpo do outro, o Amor à sua alma.
Sexualidade e Amor devem estar em equilíbrio, isto é, devem contrabalançar-se.
O encontro psíquico (Amor) é considerado perigoso e encarado com alguma angústia na medida em que atenta às fronteiras do Eu. Quando se realça unicamente a sexualidade corporal, o amor passa para a sombra. Em ambas as situações a sexualidade tende a tornar-se agressiva e a provocar ferimentos (em lugar de se atacar a fronteira psíquica do Eu, atacam-se as fronteiras corporais e o sangue escorre).

A sida é a fase terminal de um amor que se afundou na sombra. Ela dissolve no corpo as fronteiras do Eu e faz com que seja o corpo a viver o medo de amar que se havia evitado de confrontar no plano psíquico.

Nesse sentido podemos afirmar que, em última instância, também a morte não é senão a expressão corporal do amor na medida em que ela é a concretização da entrega total e da renúncia do Eu ao isolamento (veja-se o cristianismo). Pois bem, a morte não é mais do que o princípio de uma transformação - o começo de uma metamorfose.

Que podemos fazer?
Depois de tantas reflexões e considerações visando uma melhor compreensão da mensagem dos sintomas, o doente perguntar-se-á: "E agora que sei tanta coisa, o que é que tenho de fazer para me curar?" Pela nossa parte a resposta a essa pergunta é sempre a mesma: "Abrir os olhos!" Infelizmente, o nosso desafio costuma ser encarado por todos como sendo trivial, simplista e de pouca utilidade. Deseja-se, afinal, fazer qualquer coisa, mudar, agir de outra maneira - de que adianta "abrir os olhos"? É precisamente nesta nossa vontade constante de "mudança" que se esconde um dos maiores perigos que nos espera pelo caminho. Na realidade, não há nada a mudar a não ser a nossa visão das coisas. Daí que o nosso conselho se reduza a "abrir os olhos".

O Ser Humano mais não pode fazer no universo em que está inserido a não ser aprender a ver - o que em si é tremendamente difícil. A evolução consiste unicamente na alteração da visão - as restantes funções externas são sempre, e apenas, expressão da nova visão. Se compararmos, por exemplo, o estado atual do desenvolvimento tecnológico com o da Idade Média, verificaremos que a única diferença consiste no fato de termos aprendido entretanto a ver determinadas leis e possibilidades.

Isso não significa que essas leis e possibilidades não existissem há dez mil anos atrás, apenas que ninguém as tinha visto. O Ser Humano gosta de imaginar que é ele que cria a novidade, e fala com orgulho dos seus inventos. Não se apercebe de que nada inventa e de que apenas descobre uma possibilidade que existia a priori.

Todos os pensamentos e idéias existem em potência - o homem é que precisa de tempo para os poder integrar. Por muito que doa aos que tanto se empenham por melhorar o mundo, não há nada no mundo a melhorar ou a modificar a não ser a visão pessoal de cada um. Os problemas mais complicados reduzem-se, em última instância, à velha máxima: conhece-te a ti mesmo!

Acontece que isso é tão difícil e tão árduo de atingir que procuramos continuamente desenvolver teorias e sistemas complicadíssimos com o intuito de melhor conhecer e modificar o nosso semelhante, as nossas circunstâncias e o nosso entorno. Ora, depois de tanto esforço, custa-nos ter de ouvir dizer que as teorias, lucubrações e sistemas complicados que desenvolvemos têm de ser varridos da mesa e substituídos por uma fórmula tão simplista como "conhece-te a ti mesmo".

Pois bem, o conceito poderá parecer simples mas pô-lo em prática não o é. Jean Gebser escreve a este respeito: "A tão necessária mudança do mundo e da humanidade não se conseguirá jamais através dos esforços para reformar o mundo; os reformadores, na sua luta por um mundo melhor - como lhe chamam -, esquivam-se à tarefa de se melhorarem a si mesmos; são adeptos da velha tática - humana mas lamentável - de exigir dos outros aquilo que eles próprios não praticam por preguiça; os êxitos que aparentemente conseguem alcançar não os desculpam, porém, de terem atraiçoado não só o mundo mas também a si próprios." (Decadência e Participação)

Melhorar-se a si próprio não é mais do que aprender a ver-se tal como se É, mas reconhecer-se a si mesmo não significa conhecer o seu Eu. O Eu está para o Ser como a gota de água está para o oceano. O Eu torna-nos doentes, mas o Ser permanece são. O caminho da saúde é o caminho que nos reconduz do Eu para o Ser, da prisão para a liberdade, da polaridade para a unidade. Quando um determinado sintoma nos fornece a indicação daquilo que nos falta (entre outras coisas) para alcançar a unidade, temos de aprender a encarar a carência (a falta ou o erro) e assumi-la conscientemente.

Através das nossas interpretações pretendemos reconduzir o olhar do leitor para aquilo que sempre descura. Cada um de nós consegue vê-lo, basta apenas que não o percamos de vista e que olhemos sempre com atenção redobrada. Só um olhar constante e atento permitirá vencer as resistências e fazer crescer o amor necessário para assumirmos aquilo que observamos. Para ver a sombra há que iluminá-la.

Errônea, ainda que freqüente, é a reação de querer libertar-se o mais depressa possível do princípio revelado pelo sintoma. Tanto assim é que alguém que descubra porventura a sua agressividade reprimida perguntará, horrorizado: "E o que é que tenho de fazer agora para me livrar desta terrível agressividade?" A resposta é: "Absolutamente nada - goze-a apenas!" É precisamente este "não querer ter" que provoca a formação da sombra e nos faz ficar doentes - aceitar conscientemente a presença da agressividade cura! Quem considerar que isso seja perigoso descura a verdade de que um princípio não desaparece pelo mero fato de lhe virarmos a cara.

Não existem princípios perigosos - perigosa é apenas a força não equilibrada. Cada princípio é suscetível de ser neutralizado pelo seu oposto. Quando isolado, porém, todo o princípio é perigoso. É tão nefasto para a vida tanto só o calor como apenas o frio. A complacência isolada não se afigura mais nobre do que a impetuosidade isolada. A paz reside unicamente no equilíbrio das forças. A grande diferença entre "o mundo" e os "sábios" consiste em que o mundo procura tornar realidade um pólo apenas, enquanto os sábios preferem o justo meio entre dois pólos. Aquele que chegue a compreender que o Ser Humano é um microcosmo perderá aos poucos o medo de descobrir em si a presença de todos os princípios.

Se detectarmos num sintoma algum princípio que nos falta, basta que aprendamos a amar o sintoma na medida em que ele concretiza precisamente aquilo que nos falta. Quem aguardar com impaciência o seu desaparecimento não terá compreendido o conceito. O sintoma dá corpo ao princípio que está na sombra - se aceitarmos o princípio dificilmente poderemos combater o sintoma ao mesmo tempo.

A chave está aqui. A aceitação do sintoma torna-o supérfluo. A resistência provoca maior pressão. Assim que o paciente se mostra indiferente perante o sintoma, este desaparece. A sua indiferença revela que captou e aceitou a validade do princípio manifestado no sintoma. Ora isso apenas se consegue "abrindo os olhos".

Para evitar quaisquer mal-entendidos voltamos a frisar que estamos aqui a falar do plano essencial da doença, e que em caso algum pretendemos prescrever o comportamento a observar no plano funcional. O exame da essência do sintoma não deve proibir, excluir ou tornar redundantes quaisquer medidas funcionais. A descrição que fizemos da polaridade deveria ter deixado bem claro na mente do leitor que em cada caso abordado substituímos sempre a disjuntiva ou uma coisa ou outra pela opção não exclusiva tanto uma coisa como outra.

Perante uma perfuração do estômago, por exemplo, a nossa posição não será "operamos ou interpretamos?". Uma coisa não exclui a outra, antes lhe confere um sentido. Uma intervenção cirúrgica perde rapidamente o sentido se o paciente não captar o seu significado - a interpretação deixa de fazer qualquer sentido se o paciente já tiver morrido.

Por outro lado não devemos esquecer que a grande maioria dos sintomas não representa perigo de morte e que portanto essa questão das medidas funcionais a adotadas não se coloca com tanta urgência. As medidas funcionais, sejam elas eficazes ou não, nunca se repercutem realmente na temática da "cura".

A cura apenas é susceptível de realizar-se na mente. Subsistirá sempre a dúvida, em cada caso concreto, se o paciente chega realmente a ser sincero consigo mesmo. A experiência tornou-nos cépticos. Inclusivamente pessoas que dedicaram a vida inteira ao trabalho do autoconhecimento e da aquisição de uma consciência mais elevada costumam revelar uma cegueira surpreendente ante a si mesmas.

Aqui também se fixa o limite dos benefícios que se poderão obter no caso concreto graças às interpretações do livro. Em muitos casos será necessário submeter-se a processos mais energéticos e incisivos para se chegar a descobrir aquilo que não se quis ver. Todos esses processos que ajudam hoje em dia a vencer a própria cegueira levam o nome de psicoterapia.

Afigura-se-nos importante colocar de lado o preconceito de que a psicoterapia seja apenas um método para tratar sintomas psíquicos ou pessoas que sofram de perturbações mentais. Semelhante visão das coisas aplicar-se-á, eventualmente, aos métodos orientados para os sintomas (como seja a terapia comportamental), mas em caso algum à psicoterapia profunda nem aos sistemas transpessoais. Desde que se começou a praticar a psicanálise, a psicoterapia tem sido orientada no sentido do autoconhecimento e da tomada de consciência de elementos inconscientes.

Não existe, aos olhos da psicoterapia, o indivíduo "tão mentalmente são" que não necessite urgentemente de tratamento psíquico. Erving Polster, terapeuta da forma (Gestalt), escreveu: "A terapia é demasiado valiosa para se cingir apenas aos pacientes doentes." Nós subscrevemos a mesma opinião se bem que formulada de forma mais contundente: "O Ser Humano em si mesmo é um doente." O único sentido compreensível da nossa encarnação é a tomada de consciência.

É assustador verificar o pouco que as pessoas se preocupam com o único tema de verdadeira importância nas suas vidas. Não deixa de ser irônico que se dediquem com tanta atenção e tantos cuidados ao corpo apenas, quando é sobejamente sabido que mais dia menos dia este acabará por servir de pasto às minhocas.

Sabido deveria ser, também, que o dia virá em que teremos de deixar tudo para trás (família, fortuna, casa, fama). A única coisa que perdurará para além do túmulo é a consciência - aquilo, precisamente, com que menos nos preocupamos. O objetivo da nossa existência é a tomada de consciência - o universo inteiro está ao serviço desse objetivo.

Desde sempre, o Ser Humano procurou desenvolver os meios que o pudessem auxiliar a percorrer o árduo caminho da tomada de consciência e do autoconhecimento. Temos presentes o Ioga, o Zen, o misticismo Sufi, a Cabala, a magia e muitos outros sistemas e exercícios espirituais - os métodos serão, sem dúvida, diferentes, mas o objetivo é o mesmo: o aperfeiçoamento e a libertação do Ser Humano.

Os últimos desta série - a psicologia e a psicoterapia - nasceram da filosofia ocidental e científica da atualidade. Ofuscada inicialmente pela arrogância e impetuosidade da própria juventude, a psicologia foi incapaz de ver que investigava algo que, sob outros nomes, desde há muito se conhecia melhor e com mais precisão.

Porém, tal como toda a criança tem de viver por si própria o seu desenvolvimento, também a psicologia teve de passar pelas próprias experiências para, então, chegar lentamente a juntar-se ao grande fluxo comum de todas as outras grandes doutrinas da alma humana.

Os pioneiros do movimento de integração foram os próprios psicoterapeutas na medida em que o trabalho das consultas diárias corrige as unilateralidades teóricas muito mais depressa do que as estatísticas e os testes. Observamos assim, hoje, no exercício da psicoterapia, a confluência de idéias e métodos de todos os períodos, culturas e orientações. Por todo o lado busca-se uma nova síntese das antigas experiências no caminho da tomada de consciência. Não nos devemos deixar desanimar, no entanto, pelo fato de esses processos tão entusiásticos produzirem também tanto lixo.

A psicoterapia é, hoje, o meio mais utilizado por um número crescente de pessoas para se conhecerem melhor a si mesmas através de uma maior tomada de consciência. Ela não produzirá, seguramente, iluminados mas isso é algo que nenhuma técnica consegue.

O verdadeiro caminho que conduz ao objetivo é longo e árduo e só se afigura acessível a poucos. Contudo, cada passo que se dá na direção da ampliação da consciência constitui um progresso e assiste a lei do desenvolvimento. Ainda que, por um lado, não se devam depositar demasiadas expectativas nos resultados da psicoterapia, há que considerar, no entanto, que nos dias de hoje ela será talvez um dos métodos mais eficazes a que podemos recorrer para nos tornarmos mais conscientes e mais sinceros.

Ao falarmos de psicoterapia é inevitável que nos refiramos, antes de mais, ao método que administramos, de alguns anos a esta parte, e a que damos o nome de "Terapia da Reencarnação". Desde a primeira exposição do conceito em 1976, publicada no livro (A Experiência da Reencarnação), a denominação tem vindo a ser utilizada para descrever todas as práticas terapêuticas possíveis e imagináveis, com a conseqüente desvirtuação do conceito que o fato inevitavelmente acarreta e o surgimento das mais variadas associações mirabolantes.

Por essa razão julgamos ser conveniente dizer alguma coisa a respeito da Terapia da Reencarnação, ainda que não seja nosso propósito explanar aqui detalhes concretos da nossa teoria. Toda a idéia preconcebida que algum cliente possa ter a respeito do que possa ser a Terapia da Reencarnação constituirá um obstáculo à sua eficácia no seu caso específico.

Qualquer idéia preconcebida coloca-se diante da realidade e acaba por distorcê-la. Uma terapia é uma aventura e é como tal que deverá ser vivida. Ela visa libertar o Ser Humano da sua inflexibilidade temerosa e desejo pulsilânime de segurança graças a um processo de transformação. Por essa razão, também, uma terapia não deve obedecer a um esquema rígido se não quiser correr o risco de não se ajustar à personalidade de algum cliente. Por tudo isto preferimos fornecer o menos informações possíveis a respeito da Terapia da Reencarnação - não falamos dela, aplicamo-la. Lamentamos, porém, que esse vácuo seja preenchido pelas idéias, opiniões e teorias de quantos não possuem a mais remota idéia do que ela seja.

A parte teórica do livro forneceu, entre outras coisas, uma indicação daquilo que a Terapia da Reencarnação não é: não se procuram as causas de um sintoma numa vida anterior. A Terapia da Reencarnação também não é uma psicanálise prolongada no tempo nem uma terapia de grito primitivo.

Daquilo que acabamos de dizer não deve inferir-se, porém, que na Terapia da Reencarnação se não recorra a técnicas aplicadas por outras terapias. Bem pelo contrário, a Terapia da Reencarnação consiste num conceito claramente diferenciado que, no aspecto prático, acolhe inúmeras técnicas acreditadas.

Mas essa diversidade de técnicas não é mais do que a bagagem básica de qualquer terapeuta que se preze e não constitui a terapia em si. A psicoterapia é algo mais do que a técnica aplicada; é por essa razão que ela não é susceptível de ser ensinada. A essência da psicoterapia furta-se a uma explicação teórica. É um erro julgar que basta imitar com exatidão o procedimento externo para conseguir os mesmos resultados. As formas veiculam o conteúdo - mas existem também formas vazias. A psicoterapia, como qualquer outra técnica esotérica, converte-se em mentira quando as formas carecem de conteúdo.

A Terapia da Reencarnação deve o seu nome ao fato de nela ocuparem um lugar preponderante a tomada de consciência e o reconhecimento da existência de encarnações anteriores. Dado que para muitos o trabalho com a reencarnação se reveste de uma aura de espetaculosidade, pelo fato de a tomada de consciência das diferentes reencarnações ser apenas um método de trabalho e não um fim em si mesmo.

A mera vivência das encarnações não constitui terapia alguma - tal como não o constituirá dar gritos apenas; mas tanto uma como outra podem ser aplicadas com fins terapêuticos. Não pretendemos que se tome consciência de encarnações anteriores por acharmos emocionante saber o que, ou quem, fomos numa vida anterior mas sim porque não conhecemos atualmente qualquer outro meio que permita alcançar os objetivos da nossa terapia.

Expusemos demoradamente aqui, que o problema reside sempre na sombra. Encarar a sombra e assimilá-la progressivamente é, pois, o tema central da Terapia da Reencarnação. A nossa técnica faculta, aliás, o encontro com a grande sombra kármica que supera largamente a sombra biográfica desta vida. Enfrentar a sombra não se afigura tarefa fácil, não há como o negar - mas é a única via que conduz à cura na verdadeira acepção da palavra.

Adiantar mais alguma coisa a respeito do encontro com a sombra e a sua assimilação seria inútil na medida em que a vivência de realidades espirituais profundas não é susceptível de ser transmitida verbalmente. As encarnações fornecem na circunstância a possibilidade, dificilmente adquirível através de outras técnicas, de viver e integrar a sombra com plena identificação.

Não trabalhamos com recordações - as encarnações tornam-se presentes ao serem revividas. Isso torna-se possível porque para lá da nossa consciência o tempo não existe. O tempo é apenas uma das possibilidades de contemplar os processos. Sabemos, graças à física, que o tempo pode converter-se em espaço porque o espaço é a outra maneira de contemplar uma série de acontecimentos.

Se aplicarmos agora esta transformação à problemática das encarnações sucessivas, teremos que a sucessão se converte em simultaneidade - ou, dito por outras palavras: a partir da cadeia de vidas situadas sucessivamente no tempo passamos a ter vidas paralelas coexistindo simultaneamente no espaço.

Diga-se em abono da verdade que esta disposição espacial das encarnações nem é mais correta nem mais incorreta do que aquela que resulta do modelo temporal - as duas formas de percepcionar a realidade representam pontos de vista subjetivos legítimos da mente humana (faça-se a comparação com as teorias ondas/corpúsculos da luz).

Toda a tentativa de viver a simultaneidade espacial converte novamente o espaço em tempo. Tomemos um exemplo: numa sala há vários programas de rádio disponíveis ao mesmo tempo. Se desejarmos escutar estes programas que estão ao nosso dispor em simultâneo na sala teremos de estabelecer uma seqüência de prioridades.

Para tal iremos sintonizar sucessivamente o radio nas diferentes freqüências e o aparelho por sua vez pôr-nos-á em contato com os programas consoante nos modelos de ressonância. Se substituirmos o receptor pela nossa mente teremos que nela se manifestam os padrões de ressonância das sucessivas encarnações.

Através da Terapia da Reencarnação nossos clientes a abandonam momentaneamente a freqüência (identificação) atual para darem lugar a outras ressonâncias. Nessa altura manifestam-se outras encarnações que passam a ser vividas com a mesma sensação de realidade que a vida com a qual os clientes se identificavam até então.

Dado que "as outras vidas" ou identificações existem paralela e simultaneamente, podem ser captadas com todos os sentidos. "O 3° canal não está nem mais longe nem mais perto do que o 1° ou o 2°"; é claro que nós só os podemos captar um por um, mas podemos sintonizá-los a nosso bel-prazer. De forma idêntica podemos sintonizar a "freqüência mental" para mudar o ângulo de incidência e a ressonância.

Na Terapia da Reencarnação brincamos deliberadamente e de forma consciente com o tempo. Bombeamos tempo nas diferentes estruturas da consciência que assim se dilatam e se tornam visíveis, e abandonamos em seguida a dimensão temporal para podermos dar-nos conta de que tudo pertence, sempre, no aqui e agora.

Por vezes chegam-nos críticas de que a Terapia da Reencarnação não passa de um remexer inútil em vidas anteriores na busca de soluções para problemas que têm de ser solucionados aqui e agora. Na verdade, porém, aquilo que fazemos é diluir a ilusão do tempo e da causalidade de modo a confrontar o paciente com o eterno Aqui e Agora.

Não temos conhecimento de nenhuma outra terapia que erradique tão completamente todas as superfícies de projeção e transfira para o indivíduo a plena responsabilidade. A Terapia da Reencarnação procura pôr em marcha um processo psíquico - o que importa é o processo em si, não a classificação intelectual ou a interpretação dos fatos.

Voltamos, por isso, a falar da psicoterapia, na medida em que a opinião de que através dela se curam apenas perturbações e sintomas psíquicos se generalizou. Ainda se atribui pouca importância às possibilidades da psicoterapia face a sintomas manifestamente somáticos. A nossa visão das coisas e a nossa experiência permitem-nos, no entanto, afirmar que o novo e prometedor método para curar verdadeiramente sintomas corporais é justamente a psicoterapia.

Cabe agora, no final, justificar a nossa afirmação. Quem tenha conseguido desenvolver a visão que lhe permite observar como em cada processo e sintoma corporal se manifesta um fator psíquico saberá também que os problemas que se exteriorizam no corpo só se podem resolver mediante processos da consciência.

Não temos conhecimento de quaisquer indicações ou contra-indicações da psicoterapia. Verificamos apenas que existem pessoas que estão doentes e cujos sintomas as encaminham para a cura. Cabe à psicoterapia auxiliar o Ser Humano nesse processo evolutivo. Por essa razão aliamo-nos aos sintomas no tratamento do paciente e ajudamo-los a alcançar os seus objetivos - porque o corpo tem sempre razão.

A medicina acadêmica faz precisamente o contrário - toma o partido do paciente na luta contra o sintoma. Nós situamo-nos sempre do lado da sombra e ajudamo-la a sair para a luz. Não procuramos lutar contra a doença e os seus sintomas mas sim utilizá-los como eixo central para a cura.

A doença é a grande oportunidade do Ser Humano - o seu bem mais precioso. A doença é o Mestre pessoal de cada um no caminho da cura. São muitos os caminhos que conduzem a esta meta, na sua maioria, árduos e complicados - aquele que nos está mais próximo e se adequa mais ao nosso caso concreto costuma, no entanto, ser descurado: o caminho da doença.

É sem dúvida o caminho menos susceptível de nos levar a enganarmos a nós mesmos ou nos iludirmos. Talvez por isso seja tão mal-amado. Tanto na terapia como no presente livro pretendemos libertar a doença do habitual enquadramento limitado pelo qual costuma ser contemplada e expô-la na sua verdadeira relação com a existência humana.

Quem não estiver disposto a orientar-se por este novo sistema de valores ver-se-á forçado, pela força das circunstâncias, a compreender mal todas as nossas afirmações. Quem, ao invés, aprenda a encarar a doença como um caminho que tem de ser percorrido verá abrir-se diante de si um mundo de novas perspectivas.

A maneira de tratar a doença não torna a vida nem mais fácil nem mais sã; pretendemos apenas devolver ao Ser Humano a coragem para encarar, olhos nos olhos e com sinceridade, os conflitos e problemas deste mundo polar. Desejamos acima de tudo dissipar as ilusões deste mundo pleno de conflituosidade inimiga que conduzem a pensar que se possa erigir um paraíso terreno sobre os alicerces da falta de sinceridade.

Hermann Hesse escreveu: "Os problemas não existem para serem resolvidos, são apenas os pólos entre os quais se gera a tensão necessária para a vida." A solução está para além da polaridade - mas para chegarmos a ela haverá que unificar os pólos, reconciliar os opostos. Apenas quem tenha conhecido os dois pólos conseguirá dominar esta difícil arte da união dos opostos. Para tal há que estar disposto a encarar e integrar com valentia todos os pólos. Solve et coagola, referem os textos da Antiguidade: dissolve e unifica.

Antes de nos aventurarmos na grande empreitada da Boda Química - a unificação dos opostos - temos de discernir primeiro as diferenças e sentir na pele a separação e a divisão. Para tanto, o Homem tem, antes de mais, de descer à polaridade do mundo material e mergulhar no corporal, na doença, no pecado e na culpa para aí descobrir, na mais escura noite da alma e no mais profundo desespero, a luz do conhecimento que lhe permita encarar o seu percurso através do sofrimento e da dor como um ato significativo que o ajudará a reencontrar-se onde nunca deixou de estar: na unidade.

Conheci o bem e o mal,
O pecado e a virtude, a justiça e a injustiça;
Julguei e fui julgado,
Passei pelo nascimento e pela morte,
Pela alegria e pela dor, pelo céu e pelo inferno;
E finalmente compreendi
Que eu estou em tudo
E que tudo está em mim.
HAZRAT INAYAT KHAN

Win 7 funcionando sem ativação

Segundo informações se vc usar os cracks atuais que são para a versão 7100, as atualizações virão para o 7100 e não para o 7600, por isso ai vai a dica para vcs respirarem por 120 dias sem uso de crack até que saia um atualizado

Dica para fazer o Win 7 funcionar sem ativação (e ser considerado legal) por até 120 dias. A dica encontrei no link http://www.babooforum.com.br/forum/Estender-ativacao-do-Windows7-de-30-para-120-dias-t674334.html, mas coloco ela aqui:

1. Instale o Windows 7 sem nenhuma chave de ativação.
2. Utilize o Windows 7 por 30 dias e espere ate que período de avaliação chegue a Ø [zero]
3. Quando o período de avaliação atingir zero entre na conta de administrador e abra a linha de comando > iniciar > cmd
4. Digite os seguintes comandos;
sysprep /generalize
slmgr.vbs –rearm
rundll32 slc.dll,SLReArmWindows
slmgr /rearm
5. Reinicie e aproveite mais 30 dias para usar o Windows 7 sem precisar se preocupar com ativação ou “cracks”.
6. Quando o período voltar a zero novamente repita os passos acima, lembrando que isto pode ser feito ate 3 vezes.