quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Baralho Cigano

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01 - O Mensageiro

Realização, concretização de um projeto, recado, carta, aviso de boas noticias. Ou mesmo o aparecimento de alguém trazendo boas noticias.
Em geral a carta simboliza noticias, mas se a carta sair perto de uma ou mais cartas negativa, avisa que as noticias não são boas.
Carta: Positiva
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02 - Os Osbtáculos

Indica situações confusas ou de conflito.
Quando esta carta aparece em um jogo, mostra obstáculos no caminho.
Caso esta carta saia perto de uma carta positiva, sinal que o obstáculo não é tão forte.
Carta: Negativa
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03 - O Mar

Representa mudanças, para melhor.
Significa boa saúde e viagem.
Esta carta é revolucionaria, mostra mudança positiva ao curto prazo.
Possibilidade de aumento de salário ou promoções.
Carta: Positiva
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04 - O Equilíbrio

Representa a harmonia interior, traz boas novas em assuntos familiares. Reuniões de algum modo religiosas, do tipo: Batizado, Casamento,Indica também a possibilidade de mudança de endereço, ou de emprego.
Carta: Positiva
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05 - As Árvores

Representa Família, aproximação de alguém que se encontra distante noticias de entes queridos que se encontram afastados.
Significa também compartilhar momentos agradáveis junto dos familiares bem como da pessoa amada.
Na parte amorosa indica boas intenções.
Carta: Positiva
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06 - Os Ventos

Significa, mente confusa, turbulência nos pensamentos.
Avisa para tomar cuidado em tirar conclusões precipitadas.
Cuidado com fofocas e principalmente com suas palavras.
Carta: Negativa
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07 - O Arco-Íris

Representa briga, desarmonia e confusão.
Pessoa de má fé, ou mau intencionadas.
Alerta para não confiar demais.
Carta: Negativa
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08 - As Perdas

Final de um ciclo, mudança radical, doença, tragédia.
Tristeza, dor, pânico noticias de mal agouro.
Significa perda em todos os aspectos.
Carta: Negativa
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09 - A Chuva

Sentimentos verdadeiros, nascimento de relacionamento.
Calma paz tranqüilidade, possibilidade de gravidez.
Bons presságios, boas novas.
Emprego novo, ajustes financeiros.
Carta: Positiva
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10 - As Transformações

Significa mudança positiva, realização pessoal.
Mudança positiva de valores.
Surgimento de novas expectativas em todas as áreas, trazendo alegria. Realizações de antigos projetos.
Carta: Positiva
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11 - A Magia

Magia, transmutação positiva, resultado mudado por rumo de magia.
Sedução, carisma, transição material, positivismo. amizade sincera.
Bem feitorias espirituais, carmas realizados, paz interior.
Carta: Positiva
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12 - As Alegrias

Romantismo, namoro, paquera, afetividade sincera.
Esta carta resume o sentimento apaixonado, tanto pela vida, como pelo momento de viver. Inicio de namoro, ou firmamento de compromisso afetivo.
Carta: Positiva
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13 - A Criança

Aprendizado, vivenciando novas experiências.
Esta carta resume o sentimento apaixonado, tanto pela vida.
Sinceridade, realidade, sabedoria, momentos felizes.
Compromisso afetivo.
Carta: Positiva
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14 - As Armadilhas

Cuidado com pessoas falsas, com armações.
Mantenha-se atento a tudo e a todos a sua volta.
Cuidado no trabalho.
Carta: Negativa
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15 - As Falsidades

Representa o amigo Urso, aquele que nos é intimo e que usa deste contato para nos atrapalhar a vida.
Olho gordo, mau pressagio, inveja injuria,simboliza todas pessoas negativas que estão a nossa volta.
Carta: Negativa
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16 - A Sorte

Esperança em todos os aspectos, alegria e realizações, representa um presente ou uma surpresa agradável. Renovação de sentimentos.
Esta carta tem o poder de alterar a vibração de cartas negativa.
Carta: Positiva
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17 - As Novidades

Representa oportunidades boas que irão surgir.
Significa segurança, inicio de um novo caminho.
Ressalta o fato que devemos viver um dia de cada vez.
Carta: Positiva
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18 - O Aliado

Representa confiança, amizade sincera, carrinho, afeto.
Protetor, pode ser material ou um espiritual, equilíbrio, harmonia, favorece tranqüilidade nos relacionamentos.
Carta: Positiva
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19 - A Espiritualidade

Significa as coisas que fazem parte do nosso Eu.
Proteção do plano maior, mudanças positivas.
Alerta para não percamos tempo, tentando obter resposta no mundo material.
Carta: Positiva
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20 - As Ervas

Representa resultado positivo em tudo que depender de nossa vontade.
Vida Longa, e um alerta especial: Tudo que plantamos em nosso jardim será colhido depois.
Carta: Positiva
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21 - As Pedras

Justiça absoluta, independente de quaisquer interesses individuais.
A Justiça divina permanece sempre.
Papeis importantes, documentos ou procurações.
Carta: Positiva
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22 - Os Caminhos

Mudança de caminho, representa nosso caminho, nossa estrada.
Significa também encontros românticos, passeios e viagem curta.
Sedução, paixão momentânea.
Carta: Positiva
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23 - Os Desgastes

Significa, pedra (em todos os aspectos).
Alerta cuidado com roubo.
Traz sempre chateações, influências espirituais negativas.
Carta: Negativa
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24 - Os Sentimentos

Significa, a explosão dos sentimentos.
Amor eterno, emoções profundas, emoções em alta.
Amor verdadeiro, traz revelação de um amor puro.
Carta: Positiva
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25 - As Alianças

Simboliza um noivado ou casamento, ou até mesmo duas idéias que se unem para concretizar algum objetivo.
Significa também união profissional (algum tipo de sociedade).
Carta: Positiva
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26 - Os Livros

Significa conhecimento, estudo, inteligência, sabedoria.
Local de estudo, concretização de ideais.
Contato com Medico ou Advogado, (Assinatura em papeis importantes, ou resolução de processos judiciários).
Carta: Positiva
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27 - O Aviso

Significa o momento presente que a pessoa esta atravessando.
Quando esta carta sai irradia uma energia sobre as cartas a sua volta.
Representa (Cuidado), fique atento, observe melhor a sua volta.
Carta: Positiva
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28 - O Cigano

Representa a figura masculina, pode ser pai, filho, marido, chefe, companheiro, amigo, paquera, e até mesmo o companheiro ideal.
Serve pra mostrar o que acontece ao seu redor, uma coisa que afeta você diretamente.
Significa também alma gêmea, amor completo.
Carta: Positiva
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29 - A Cigana

Representa a figura feminina, pode ser mãe, filha, esposa, patroa, amiga, paquera, e até mesmo a companheira ideal.
Serve pra mostrar o que acontece ao seu redor, uma coisa que afeta você diretamente.
Significa também alma gêmea, amor completo (energia Positiva).
Carta: Positiva
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30 - Os Rios

Representa Paz, de natureza muito profunda.
Significa paz interior, viagem inesperada.
Alguém chegando de viagem, ou viagem de negócios.
Esta carta traz muita energia positiva. traz também gravidez.
Carta: Positiva
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31 - O Sol

Reencontro de antigos afetos.
Expansão de negócios, criatividade em alta.
Traz luz própria e tem o poder de anular cartas negativas em seu redor.
Esta carta traz muita energia positiva. Traz também gravidez.
Carta: Positiva
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32 - As Honrarias

Energia magnética muito poderosa.
Influência do plano astral.
Traz com ela o reconhecimento, vitória, valor reconhecido.
Compensação de todos os esforços.
Carta: Positiva
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33 - As Soluções

Energia Positiva, resoluções de dúvidas.
Alerta para nos empenharmos em resolver problemas.
Ressalta, sobretudo que não adianta chorar pelo leite derramado.
Recomenda precaução.
Carta: Negativa
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34 - A Matéria

Conquistas materiais, significa bom desempenho profissional.
Recebimento de herança, ou ganho de dinheiro em jogos.
Ressalta, sobretudo que não adianta chorar pelo leite derramado.
Representa também dinheiro.
Carta: Positiva
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35- A Segurança

Na figura, vemos uma âncora, amarrada numa corda, transmitindo-nos idéias de algo sólido, firme, seguro, estável.
Representa confiança, crença e fé.
Significa viagem segura.
Carta: Positiva 
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A Rosa

Em sua oficina, que ocupava os dois aposentos do
porão, Paracelso pediu a seu Deus, a seu indeterminado Deus, a qualquer Deus, que lhe enviasse um discípulo. 

A tarde caía. O escasso fogo da lareira projetava sombras irregulares. Levantar-se para acender a lamparina de ferro era demasiado trabalho. 

Paracelso, distraído pelo cansaço, esqueceu sua súplica. A noite apagara os alambiques empoeirados e o atanor quando alguém bateu à porta. 

O homem, sonolento, levantou-se, subiu a breve escada em caracol e abriu uma das folhas. Entrou um desconhecido. 

Também estava muito cansado. Paracelso lhe indicou um banco; o outro se sentou e esperou. Durante algum tempo não trocaram palavra.

O mestre foi o primeiro a falar.

- Lembro-me de rostos do Ocidente e de rostos do Oriente - disse, não sem certa pompa. Não me lembro do teu. Quem és e o que queres de mim?

- Meu nome é o de menos - replicou o outro.  - Três dias e três noites caminhei para entrar em tua casa. Quero ser teu discípulo. Tudo o que possuo, trago para ti.

Puxou um taleigo e emborcou-o sobre a mesa. As moedas eram muitas e de ouro. Fez isso com a mão direita. Paracelso lhe dera as costas para acender a lamparina. Quando se virou, percebeu que a mão esquerda segurava uma rosa. A rosa o perturbou.

Recostou-se, uniu as pontas dos dedos, e disse:

- Acreditas que sou capaz de elaborar a pedra que transforma todos os elementos em ouro e me ofereces ouro. Não é ouro o que me interessa, e se o ouro te interessa, nunca serás meu discípulo.

- O ouro não me interessa - respondeu o outro. Estas moedas não são mais que uma prova de meu desejo de trabalhar. Quero que me ensines a Arte. Quero percorrer a teu lado o caminho que conduz à Pedra.

Paracelso disse com vagar:

- O caminho é a Pedra. Se não compreendes estas palavras, ainda não começaste a compreender. Cada passo que deres é a meta.

O outro fitou-o com receio. Disse com outra voz:

- Mas existe uma meta?

Paracelso riu.

- Meus detratores, que não são menos numerosos que tolos, dizem que não e me chamam de impostor. Não lhes dou razão, mas não é impossível que seja uma ilusão. Sei que “existe” um Caminho.

Houve um silêncio, e o outro disse:

- Estou disposto a percorrê-lo contigo, mesmo que tenhamos de caminhar muitos anos. Deixa-me atravessar o deserto. Deixa-me divisar mesmo de longe a terra prometida, ainda que os astros não permitam que eu a pise. Quero uma prova antes de empreender o caminho.

- Quando? - disse Paracelso inquieto.

- Agora mesmo - disse o discípulo com brusca determinação.

Haviam começado a conversa em latim; agora, falavam alemão.

O rapaz ergueu a rosa no ar.

- Corre - disse - que és capaz de queimar uma rosa e fazê-la ressurgir da cinza, por obra da tua arte. Deixa-me ser testemunha deste prodígio. É o que te peço, e depois te darei minha vida inteira.

- És muito crédulo - disse o mestre. Não tenho uso para a credulidade; exijo a fé.

O outro insistiu.

- Precisamente por não ser crédulo quero ver com meus olhos a aniquilação e a ressurreição da rosa.

Paracelso pegara a rosa e brincava com ela enquanto falava.

- És crédulo - disse. Dizes que sou capaz de destruí-la?

- Ninguém é incapaz de destruí-la - disse o discípulo.

- Estás enganado. Imaginas, porventura, que alguma coisa possa ser devolvida ao nada? Imaginas que o primeiro Adão no Paraíso poderia ter destruído uma única flor ou um talo de relva?

- Não estamos no Paraíso - disse o jovem, teimoso -; aqui, sob a lua, tudo é mortal.

Paracelso se erguera.

- Em que outro lugar estamos? Acreditas que a Divindade é capaz de criar um lugar que não seja o Paraíso? Acreditas que a Queda é outra coisa que não ignorar que estamos no Paraíso? 

- É possível queimar uma rosa - disse o discípulo, desafiador.

- Ainda há fogo na lareira - disse Paracelso. Se atirasses esta rosa às brasas, acreditarias que foi consumida e que a cinza é verdadeira. Digo-te que a rosa é eterna e que apenas sua aparência pode se transformar. Bastaria uma palavra minha para que voltasses a vê-la.

- Uma palavra? - disse o discípulo, estranhando. - O atanor está apagado e os alambiques estão cheios de pó. Que farias para que reaparecesse?

Paracelso olhou para ele com tristeza.

- O atanor está apagado - repetiu - e os alambiques estão cheios de pó. Neste ponto de minha longa jornada utilizo outros instrumentos.

- Não ouso perguntar quais são - disse o outro, com astúcia ou humildade.

- Falo do utilizado pela divindade para criar os céus e a terra e o invisível Paraíso em que estamos e que o pecado original nos oculta. Falo da Palavra que ensina a ciência da Cabala.

O discípulo disse com frieza:

- Peço-te a mercê de mostrar-me o desaparecimento e o aparecimento de uma rosa. Para mim não faz diferença que utilizes alambiques ou o Verbo.

Paracelso refletiu. Depois disse:

- Se eu o fizesse, dirias que se trata de uma aparência imposta pela magia de teus olhos. O prodígio não te daria a fé que procuras. Deixa, pois, a rosa.

O jovem o fitou, sempre receoso. O mestre ergueu a voz e lhe disse:

- Além disso, quem és tu para entrar na casa de um mestre e exigir dele um prodígio? Que fizeste para merecer semelhante dom?

- O outro replicou, trêmulo:

- Sei que nada fiz. Peço-te em nome dos muitos anos que passarei estudando à tua sombra que me deixes ver a cinza e depois a rosa. Não te pedirei mais nada. Acreditarei no testemunho dos meus olhos.

Num gesto brusco, empunhou a rosa que Paracelso deixara sobre a mesa e lançou-a às chamas.  A cor sumiu e restou somente um pouco de cinza. Durante um instante infinito esperou as palavras e o milagre.

Paracelso não se movera. Disse com curiosa singeleza:

- Todos os médicos e boticários da Basileia afirmam que sou um embuste. Talvez estejam certos. Aí está a cinza que foi a rosa e que não a será.

O rapaz sentiu vergonha. Paracelso era um charlatão ou um mero visionário, e ele, um intruso, transpusera sua porta e agora o obrigava a confessar que suas famosas artes mágicas não existiam.

Ajoelhou-se e lhe disse:

- Agi de forma imperdoável. Faltou-me a fé, que o Senhor exigia dos fieis. Deixa que eu continue vendo a cinza. Voltarei quando estiver mais preparado e serei teu discípulo, e no fim do caminho verei a rosa.

Falava com genuína paixão, mas essa paixão era a piedade que lhe inspirava aquele velho tão venerado, tão agredido, tão insigne e afinal tão oco. Quem era ele, Johannes Grisebach, para descobrir com mão sacrílega que por trás da máscara não havia ninguém?

Deixar-lhe as moedas de ouro seria uma esmola. Recolheu-as ao sair. Paracelso o acompanhou até o pé da escada e lhe disse que sempre seria bem-vindo naquela casa. Ambos sabiam que não tornariam a ver-se.

Paracelso ficou só. Antes de apagar a lamparina e de sentar-se na cansada poltrona, recolheu o tênue punhado de cinzas na mão côncava e disse uma palavra em voz baixa. A rosa ressurgiu.

...