Libra
Libra - A busca da alma gêmea
Libra é o sétimo signo do zodíaco, o segundo signo de Ar, e pelo fato de a terceira mudança sazonal ocorrer em Libra, é o terceiro signo Cardeal. Quando o outono começa, a Terra torna-se mais calma, mais branda, recolhida e serena.
O regente mundano de Libra tem uma energia apropriada à Estação: é Afrodite, Deusa do Amor, da estética e do gosto refinado. Ela tem um filho de nome Eros (amor e relacionamento) e uma filha chamada Harmonia. Em geral é vista na companhia das três Graças e também das Musas.
Se observarmos duas estátuas romanas que representam Afrodite, a bem talhada Vênus de Milo e a Vênus de Áries, que a apresenta com seu espelho na mão e com o olhar fixo nele, teremos uma imagem desta deusa vaidosa e bela. Agora, se visualizarmos Atena em sua armadura de combate, ou Marte em marcha para a guerra, estaremos diante de um contraste entre Libra e seu oposto polar, Áries - entre os Equinócios de Outono e de Inverno, entre a 1ª e a 7ª Casa do zodíaco natural.
Quando refletimos sobre a polaridade Áries - Libra, observamos dois signos Cardeais, ou gerenciais. A maioria reconhece rapidamente a energia ativa da liderança de Áries, mas muitos perguntam a respeito de Libra, "Este é mesmo um signo Cardeal? Ele parece tão quieto, passivo, calmo e discreto. É difícil considerar Cardeais alguns librianos que conhecemos." Apesar disso, as pessoas nascidas no Equinócio do Outono são tão Cardeais quanto as pessoas de Áries.
Os gregos viam Ares (Áries) e Afrodite como divindades particularmente poderosas porque estavam entre as poucas que podiam possuir os mortais. Ares podia tomar posse de um homem com a raiva, e Afrodite com seus encantamentos de anseios, suspiros e amor. Isso geralmente acontecia a despeito do perfeito juízo do homem em foco.
Um aspecto interessante que as deusas Cardeais Atena e Afrodite compartilhavam era a descendência de seus pais, Zeus e Urano, respectivamente. Ambas eram deusas sem mãe, descendiam da função masculina, da função pensante. Ambas eram senhoras de si e mantinham o controle.
Na astrologia, ambas regem um elemento positivo ou masculino: o Fogo (Atena) e o Ar (Afrodite). Porém, aí termina o paralelo. O mito do nascimento de Atena é simples e direto, muito semelhante ao signo de Fogo, Áries, com o qual a associamos (Atena do Campo de Batalha). Ela nasce da cabeça de seu pai (Logos).
O mito do nascimento de Afrodite é bem mais complexo e sutil. O pai, Urano, havia sido lançado ao mar, o inconsciente, antes do nascimento dela. Em contraste com Atena, ela nasceu, não da cabeça, mas dos órgãos genitais do pai. Assim, ela está ligada à sensação, à magia e poder do oceano do inconsciente, e ao prazer.
Quase imediatamente depois do seu nascimento, entretanto, ela ascendeu do oceano para o ar. O renascentista Botticelli representou-a subindo do mar em sua famosa obra O Nascimento de Vênus. O quadro é popularmente conhecido como "Afrodite na meia-concha" porque ela é mostrada emergindo de uma concha marinha.
Outros artistas a pintaram sacudindo a espuma do cabelo. É bom salientar que Afrodite começou a vida diante da necessidade de tomar uma decisão, de fazer uma escolha entre viver no oceano (função da sensação, o inconsciente) ou no Ar (função objetiva do pensamento, a consciência) porque as pessoas de Libra/Libra ascendente passam toda a sua vida pesando os prós e os contras, tentando tomar decisões eqüitativas baseadas em seus critérios mentais, e ao mesmo tempo também avaliando - fazendo juízos de valor - a partir da perspectiva da sensação (o oceano) e da perspectiva teórica, do lógico (ar).
No mito, Afrodite decidiu viver no ar. Muitos librianos seguem sua liderança e orientam-se para a função do pensamento. Entretanto, esses se tornam teóricos abstratos, em vez de pensadores factuais concretos como os outros signos Ar, Gêmeos e Aquário.
Tenho muitos professores do tipo torre-de-marfim entre meus clientes Libra/Libra ascendente. (Um amigo libriano confidenciou-me que, se houvesse uma especialização universitária com o título de Teoria da Teoria, essa teria sido a sua escolha profissional.
Librianos acadêmicos via de regra têm muitos planetas nos signos de Ar. São pessoas conceituais que desfrutam da companhia de outros pensadores e gostam de um ambiente não competitivo, como a universidade, um ambiente onde as pessoas procuram cooperar e viver em harmonia. A República de Platão, com sua ênfase no Bem, na Verdade e no Belo, é a que talvez mais se aproxima da realização política do ideal de Libra com uma abundância de pessoas interessantes que se comprazem em filosofar, e com a eliminação da vulgaridade, da feiúra, da guerra e de tudo o que é desagradável.
A decisão de Afrodite de viver no ar foi um compromisso comparável a muitas decisões tomadas por pessoas com Sol no signo de Libra/Libra ascendente e pessoas com planetas na 7ª Casa (Libra no zodíaco natural). Ela continuou valorizando o mundo oceânico da sensação.
Libra procura tomar a melhor decisão não somente para si, mas também para os outros. Ele(a) em geral não tomará uma decisão com base no pensamento que sabe que irá magoar ou alienar outros a despeito da lógica envolvida.
Afrodite é a extremidade polar de Marte e Libra de Áries. Enquanto Marte prontamente decidiria, "Bem, tenho todos os fatos que mostram como isto me afetará e vou me sair bem; portanto, vou agir", Libra precisaria de mais tempo para avaliar a situação e dar igual peso a fatores tão subjetivos deste tipo: "Como esta decisão pode afetar os outros - especialmente meu parceiro afetivo ou de negócios? Se a decisão implica sofrimento, quem sofrerá? E indispensável que alguém seja magoado? Talvez eu possa esperar um pouco mais até encontrar a melhor solução que seja harmoniosa para todos. Vou manter minhas opções em aberto. Novas alternativas (teorias ou possibilidades) podem ocorrer no entretempo."
Vários planetas em Libra, ou na 7ª Casa, inclinarão a balança de eu para nós no decorrer dos anos na medida em que, no período da meia-idade, Libra pode questionar, "Tenho isso que os artigos de psicologia popular chamam de relacionamento de dependência? Precisamos evitar esse tipo de relacionamento, não? Eu me perdi de vista ao inclinar a balança em favor dos outros? Deveria irritar-me com isso e participar de cursos de assertividade?" Ou, "Parece que estou indeciso, que demoro mais do que os outros para tomar minhas decisões."
Um curso de treinamento em assertividade ou de artes marciais é com freqüência sugerido a Libra ou à personalidade da 7ª Casa por um amigo de signo de Fogo. Esses amigos sugerem tentativas literais para provocar um movimento na direção da polaridade Áries, para entrar em contato com Marte.
Embora isso nem sempre seja errado, também não é de grande ajuda. Se Libra/Libra ascendente se sente de fato infeliz, uma abordagem drástica pode recarregar Marte por breve tempo. O treinamento em assertividade parece ajudar as pessoas com cinco planetas em Libra, ou na 7ª Casa, a dizerem não com firmeza e como ponto final por um período curto de tempo, mas tende a desaparecer quando Libra enfrenta desaprovação, quando outros não mais consideram o(a) libriano(a) agradável e atraente.
Libra logo volta a ser ambíguo e cooperativo. Se Libra assentou como definitivo que existe de fato um problema de relacionamento (como dependência, que está desgastando sua auto-estima), a longo prazo é a terapia que dará melhores resultados.
Entretanto, é importante descobrir com certeza se o indivíduo está infeliz ou se a teoria do Coletivo - sobre a dependência ser algo de errado - corroeu seu sentido de satisfação interior, inteireza, realização em seu relacionamento atual.
Afrodite é um planeta benéfico. Não há nada de errado em compartilhar, relacionar-se, cooperar, tornar a vida mais fácil para o companheiro, tentar fazer do seu cantinho no mundo um lugar mais feliz, mais harmonioso. Todos estamos enraizados na reciprocidade.
Alguém com um stellium em Libra, ou na 7ª Casa, em geral irá encontrar bastante oposição Áries numa profissão em que a competição deve ser enfrentada diariamente e a responsabilidade (Saturno) assumida. Como planeta benéfico, Afrodite não gosta de trabalhar ou de opor-se. Embora Marte natal possa estar situado numa Casa fraca, ele geralmente é recarregado ao longo de encontros de confrontação com outros durante o dia.
Via de regra, uma pessoa não precisa começar a correr com um amigo Áries ou acompanhá-lo ao stand de tiro para ativar Marte. Decisões para estimular Marte são em geral tomadas quando as glândulas supra-renais não estão funcionando bem ou quando a parte Áries do corpo (a cabeça) desenvolve dores ou problemas de seio paranasal. Mas qualquer nova aproximação de Libra para Marte deve ser correta ou bem-sucedida.
Isto nos leva ao aspecto seguinte da dourada Afrodite, deusa do amor e da paz. Embora ela tenha decidido viver no ar, antes de mais nada ela é uma deusa da sensação. Durante as aulas, outros signos Ar muitas vezes perguntam, por exemplo, "Se é um signo Ar, por que Libra é tão subjetivo, sempre pensando em termos de personalidades? Libra dá mais atenção às pessoas do que aos fatos e dados, do que à informação."
Sim, como Paul Friedrich observou em The Meaning of Aphrodite, Libra é subjetiva, e seu poder está na sua subjetividade. Na astrologia ela é o princípio da atração e também o princípio da harmonia. Muitas questões de relacionamento levantadas por librianos e também por clientes em geral têm raízes numa única questão mais geral: "Como posso ativar meu magnetismo Afrodite? Como posso atrair um bom parceiro?"
Para que isso aconteça, os signos de pensamento (especialmente os outros dois signos Ar e os signos regidos por Hermes) precisam sintonizar com Vênus/Afrodite natal por Casa, Signo e Aspecto. Eles precisam desenvolver a função da sensação e tornar-se conscientes dos conteúdos dessa função - suas sensações individuais.
Entrar em sintonia com a natureza da sensação não significa tornar-se sentimental ou frívolo, ou incorporar a natureza inferior de Afrodite (birra ou manha feminina disfarçada) como muitos tipos pensantes temem, mas desenvolver seu magnetismo pela descoberta da própria natureza de valor pessoal, a própria habilidade de avaliar os demais subjetivamente, em vez de considerar os outros mentalmente como se o tipo pensante alimentasse um computador com variáveis sobre o parceiro afetivo.
A academia reforçou a tendência que o signo de Ar tem para a função do pensamento enfatizando que a "análise objetiva, científica sempre evita juízos de valor". Assim, ficou difícil para os tipos pensantes confiar em seus instintos românticos, em seus juízos de valor, fazer qualquer avaliação subjetiva.
Isto se aplica especialmente aos tipos pensantes com aflições Vênus/Saturno no horóscopo. A academia acentua as virtudes de Atena. Atena é uma deusa pensante da polaridade Áries, uma forte deusa solar cujo enfoque é direto e objetivo. Ela sempre se comporta do mesmo modo distanciado, dirigindo-se pela cabeça.
Pelo fato de Afrodite, regente mundana, instintiva de Libra, pertencer tanto ao ar quanto ao mar, ela pode ser objetiva no trabalho e subjetiva nos relacionamentos. Ou, ela pode conscientemente mudar sua energia durante o relacionamento depois de atrair o parceiro.
Ela pode tornar-se fria, arredia, e distante tão facilmente como pode ser cordial e sensual. Ela é uma deusa enigmática - a fêmea atraente e misteriosa que os homens consideram tão cheia de fascínio. Os homens não conseguem imaginar uma mulher Afrodite como podem compreender o comportamento de uma mulher Atena, que é mais consciente.
Afrodite é a beleza ascendente de Libra, cálida em alguns dias, distante em outros, algumas vezes apaixonada e outras tão espiritualizada que não se preocupa com o corpo nem com o sexo.
Essa fascinação que Afrodite exerce sobre certos homens muitas vezes fez com que mulheres de Libra ascendente e às vezes com Sol em Libra fossem cercadas por admiradores fervorosos numa festa. Mais tarde, Afrodite fará a seguinte observação ao astrólogo, "parece que não tenho muitas amigas mulheres. Quase não tenho como amigas mulheres casadas. Não consigo entender por quê..." Ela conscientemente precisa suavizar o magnetismo de Afrodite. Isso também é válido para mulheres com Vênus próximo ao Ascendente (não afligidas por Saturno). Muitas outras mulheres gostariam de ter esse problema.
O famoso filho de Afrodite, Cupido (ou Eros), tinha em sua aljava flechas douradas de atração e flechas plúmbeas de rejeição. Ele podia despertar confusão emocional - suspiro, anseio, amor - em Jasão, por exemplo, quando este herói encontrou Medéia. Mas pôde também fazer com que Jasão sentisse aversão por Medéia quando a tarefa ficou terminada e Afrodite (Libra) decidiu desfazer o encantamento. Os sortilégios de Afrodite são lendários, mas o importante é lembrar que ela é uma deusa poderosa que está no controle - uma deusa Cardeal que pode deter seu feitiço tão prontamente quanto pode aplicá-lo.
Paul Friedrich nos lembra para não subestimar a Deusa do Amor, pois ela tem tanto poderio quanto Atena, Deusa da Vitória. Seu enigmático sorriso à Mona Lisa parece ingênuo, mas é sob seu atraente exterior que ela esconde toda sua astúcia.
A distância, a indiferença, o "ar frio" de Afrodite podem ser compreendidos se nos lembrarmos de Marilyn Monroe, ou de modelos de igual destaque -deusas modernas que mostram uma forma física perfeita e uma sensualidade à flor da pele, mas que também são reservadas e inacessíveis. É difícil imaginar Afrodite satisfeita por muito tempo em qualquer relacionamento afetivo.
Ela é um ideal, uma fantasia, um arquétipo, e por isso os relacionamentos humanos são muitas vezes tristemente desapontadores e carentes de algo que é muito difícil para homens de Libra ou Libra ascendente definir em palavras. Ao trabalhar com clientes com essas características, o astrólogo pode entender o que Friedrich chama de poder de Afrodite sobre os outros, ou o que Jung analisou em Memories, Dreams, and Reflections quando fala da anima (o feminino interior do homem) como um ideal um tanto ingênuo projetado sobre as mulheres no mundo exterior durante os estágios iniciais de uma relação.
Quando homens orientados pela anima descobrem que a mulher em foco não é de fato a Deusa Afrodite, a desilusão se instala e eles se arriscam a apaixonar-se por uma pessoa mais nova - outra projeção da anima. Penso que é neste ponto que a psicologia junguiana é muito útil, especialmente para os homens de ascendente Libra.
A interpretação dos sonhos, a imaginação ativa e a introspecção sobre a anima abrem uma ampla perspectiva. Homens com vários planetas em Libra na 5ª Casa (romântica/criativa), por exemplo, chegaram a compreender a anima transformando o sonho em obra de arte ou em forma poética. Afinal, Afrodite é patrona da estética, e por isso as artes provêm uma saída natural para suas energias, uma deliberação natural para as qualidades positivas da anima.
O adjetivo "suave", aplicado por Friedrich a Afrodite, parece ser o mais adequado para descrever sua influência sobre o arquétipo de Libra. Em termos astrológicos, temos tradicionalmente empregado o adjetivo "ingênuo" para Libra, mas "suave" é de certo modo bem melhor.
Enquanto signo de Ar, Libra pode ser bastante lógico nas áreas da vida que não implicam relacionamentos (nos negócios, por exemplo); mas quando se trata do que a psicologia junguiana denomina o Outro pessoal, interior, o relacionamento e a escolha do parceiro de matrimônio (a escolha da 7ª Casa), a lógica de Ar parece fugir pela porta, e a fantasia pessoal, os sonhos, visões e ideais entram para tomar o lugar dos fatos e da realidade.
Lembramo-nos então de Pigmaleão, rei de Chipre, que esculpiu seu ideal (Afrodite) em marfim e apaixonou-se pela sua estátua. Em resposta à sua oração, ela tornou-se viva para ele. Em sua busca da alma gêmea, muitos librianos adotam a visão de Pigmaleão - projetam seu ideal pessoal sobre um ser humano no mundo exterior e sentem grande desapontamento quando ele(a) acaba sendo um simples humano em vez de Adônis ou Afrodite. Isto se aplica de modo especial a Netuno na geração de Libra, pois Netuno reforçou a ilusão de Pigmaleão.
Por ser a 7ª Casa, para Libra, a questão vital mais importante, no decurso da leitura os librianos podem observar, "Tenho uma prática advocatícia bem-sucedida" ou "Tenho um negócio de decoração de muito sucesso" mas a "vida é vazia. Não existe nenhum relacionamento no momento.
Estou em desequilíbrio. Se eu estivesse casado(a) ou vivendo com alguém, toda a minha vida voltaria ao normal". A balança (equilíbrio) parece intrinsecamente ligada ao parceiro. Eros (que faz a relação), filho de Afrodite com o arco e as flechas, parece seguir Libra do mesmo modo que o fez com Afrodite nos mitos.
Se o astrólogo diz a um libriano desiludido que sai de uma relação, "Você é muito atraente e popular. Você vai encontrar alguma outra pessoa muito breve", a resposta é quase sempre, "Sim, mas quando vou encontrar a pessoa certa?)"
Ao observar essas pessoas atraentes e encantadoras, pensamos na própria Afrodite, admirada por tantos e adorada por Pigmaleão, definhando por um amor impossível, Adônis o mortal, infeliz por não poder manter o amor certo para sempre - pois todos os mortais estão destinados a morrer.
Afrodite tinha muitos títulos, assim como tinha muitos tipos de adoradores. Ela era venerada por sua beleza física, por sua garantia de fertilidade no casamento, e por seu conhecimento das artes do amor e da sedução. Cortesãs e outras que a veneravam deste modo chamavam-na pelo título de "Afrodite Pandêmia" - "Afrodite do povo comum".
Podemos entender o quanto essas pessoas admiravam a beleza de Afrodite pelas palavras que ainda subsistem em nossa língua e que derivam desse culto: afrodisíaco, alcoviteiro, e de seu filho Eros, erótico, erotismo. De acordo com Paul Friedrich, nos templos a ela dedicados, jovens donzelas estudavam as artes do amor. Elas aprendiam tudo sobre perfumes, óleos, literatura (especialmente poesia) e requinte artístico.
Friedrich compara sua educação com a da gueixa japonesa, ou a cortesã kama sutra da antiga índia. Ele menciona que Hera e Afrodite presidiam juntas o matrimônio. Afrodite dava o véu de noiva (os segredos do amor) como presente na cerimônia; sua função era instruir a noiva para manter o noivo feliz como companheiro e obsequiador de prazer.
Obviamente, seu papel nas núpcias indica que ela dá valor ao matrimônio legítimo e ao amor romântico e sexual, apesar de sua fidelidade para com seu marido Hefaístos não ter sido irrepreensível.
Platão e seus amigos filósofos a saudavam como "Afrodite casta e pura," ou de "celestial Afrodite vestida de estrela". Eles a veneravam sob o título de Afrodite Urânia. Afrodite Urânia é o amigo platônico, um papel espiritual que muitas pessoas com Sol em Libra parecem desempenhar. A Afrodite de Platão é um ideal sutil de beleza espiritual - beleza maior do que da profundidade da pele. Aqui, Afrodite é uma deusa protetora e desapaixonada.
Como filha de Urano, ela tem uma preocupação autêntica pela humanidade, uma natureza espiritual que não é fútil nem suscetível de adulação como a Afrodite do povo comum. O filósofo que busca a Verdade impessoal, como Platão buscava o Bem, a Verdade e o Belo, se sente atraído por esta Afrodite cósmica. Ela brilha sua luz dourada sobre todos os homens, quer eles a admirem e rezem para ela quer não. Esta Afrodite está muitas vezes presente no horóscopo de Libra/Libra ascendente quando Vênus aspecta Urano.
Ela pode ter um círculo de amigos admiradores, como a sensual Afrodite Pandêmia, mas em geral ela não está interessada em casamento ou em relações pessoais. (Ela passou por isso cedo na vida e percebeu que é algo que limita muito e que é íntimo demais.) Urânia procura um círculo maior de amigos.
Ela envelhece com mais jovialidade do que o tipo Afrodite sensual, porque não identifica a beleza com o corpo, com a forma física. Urano é um planeta de sabedoria e ele concede a ela a verdadeira sabedoria, ou pelo menos a aparência da sabedoria, à medida que ela, com graça, vai aumentando seus dias de vida.
Assim, Afrodite abrange uma larga faixa, desde o ideal platônico até a sedução física. Seu filho Eros também representa tanto uma atração física quanto vínculos de uma natureza mais profunda, mais espiritual. Muitos de meus clientes que participam do arquétipo através do Sol em Libra, Libra ascendente ou planetas da 7ª Casa têm o mesmo problema que os gregos quanto a acomodar as duas Afrodites.
Depois de um casamento fracassado, eles falam de sua intenção de nunca mais envolver-se novamente em qualquer relacionamento. Eles manifestam medo da decepção, temor de ficarem emocionalmente apegados e magoados; insistem em que a resposta está no Amor Divino Platônico. Eles tentam substituir a Afrodite pessoal pela cósmica. Falar com tipos assim nesse período é muito parecido com ler Platão sobre o tema do amor.
Eles podem permanecer por algum tempo numa relação de amor pura e sem sexo e preferem ficar conversando em vez de fazer amor, mas em geral não ficam sozinhos por muito tempo. A outra Afrodite assume o comando; seu filho, Eros, retira seu arco e flechas. Os signos Ar almejam ardentemente um relacionamento. Eles têm necessidade de ligar-se a outras pessoas, com freqüência antes através da mente, e mais tarde por meio das emoções e do corpo.
Os que têm muitos planetas na 7ª Casa em geral experimentam a fusão de sua identidade com o Outro no matrimônio. Muitos têm a sensação de perda da individualidade pela dependência do relacionamento. Afrodite, pelo que vimos de sua regência em Touro, significa valor. Para uma pessoa com planetas na Sétima Casa, o valor é encontrado no Outro e no relacionamento.
A menos que haja planetas na 1ª Casa (a casa da identidade) ou planetas em Áries para equilibrar os da 7ª Casa, um indivíduo pode ser incapaz de distinguir seus próprios gostos e preferências dos do parceiro. A vida se torna um padrão partilhado de planos conjuntos e interesses comuns.
Afrodite e Hera são ambas satisfeitas. A pessoa pode até mesmo assimilar os vícios do companheiro, e também as virtudes, incluindo a concentração de energias conjuntas na solução de algum problema que começou com o parceiro, mas que é considerado comum - como o alcoolismo, o jogo ou a obesidade. A pessoa com stellium na 7ª Casa, por exemplo, tenderá a dizer "nós pensamos", "nós sentimos", "nós planejamos", e assim por diante, em vez de "eu penso", "eu sinto" ou "eu planejo".
Muitas vezes uma mulher vestindo um traje vermelho brilhante irá dizer-lhe que sua cor favorita é o azul, embora você saiba que ela não tem nada de azul em seu guarda-roupa: o azul é a cor que o marido dela prefere. É a "nossa" cor.
Uma das sessões mais tristes que um astrólogo pode ter é a da leitura para um cliente com um stellium na Sétima Casa, ou com Libra ascendente (até mais do que com Sol em Libra), que perdeu seu parceiro de muitos anos. O "nós" de repente se torna um "eu", e todavia, após quinze ou vinte anos de casamento, a pessoa chega a sentir como se não houvesse mais "eu".
A identidade individual parece ter-se dissipado há muito tempo. Os amigos tentam ajudar e ouvir, mas passar o tempo com eles significa reviver memórias do "nós", porque os amigos eram "nossos" amigos, os planos eram "nossos" planos, a bonita casa era "nossa" casa, os filhos, "nossos" filhos.
O "eu" pode ter parado de funcionar independentemente há tanto tempo que a pessoa sente que esqueceu como, e talvez esteja com medo de fazer novas tentativas. Felizmente, valores fortes são inerentes aos planetas da Sétima Casa também. Sc Júpiter está aí, em geral a fé sustenta a pessoa até que esse planeta atraia um novo parceiro.
Se uma pessoa tem um stellium na 7ª Casa e está identificada com o relacionamento, e se perdeu o companheiro não por morte mas para outra pessoa através do divórcio, o astrólogo pode muito bem estar diante de Hera Raivosa em seu -dele(a) - consultório. Geralmente, Hera não dirige sua raiva contra o cônjuge, mas se enfurece contra a outra mulher ou o outro homem. O cônjuge não teria abandonado o relacionamento por sua própria vontade livre -jamais.
O cônjuge era parte do "nós". Foi feitiçaria do terceiro que se envolveu na relação. Nada em absoluto estava errado com o relacionamento em si. Esta é uma fase surpreendente. Um homem abandonado tenderá a ficar mal-humorado, e uma mulher abandonada também não dará ouvidos à razão, porque seu animus, sua natureza masculina interior, já sabe o que aconteceu.
Esse animus fala generalizações da vulnerabilidade do marido ao encantamento de Afrodite e sua crise temporária da meia-idade. Quando a raiva arrefece, num tom frio, lógico, seu animus diz "Claro, ele vai voltar quando superar o fascínio dela." Ou o animus pode elaborar um juízo moral: "Por que as mulheres modernas não podem se comportar direito?
Elas deveriam ter mais consciência em vez de tentar destruir o casamento dos outros" - e a isso se segue uma longa cadeia de argumentos lógicos. "Mesmo que a outra não seja um tipo moral, ela deveria saber que meu marido não ganha o suficiente para sustentar duas famílias com conforto. Ela nem sequer pensa no seu próprio futuro e no dos filhos. Para dizer a verdade, até deve ser muito estúpida... Acontece, porém, que ela tem um diploma universitário... Mas este não é um comportamento inteligente de uma pessoa culta..." E assim por diante.
O animus da mulher freqüentemente tem opiniões concretas e definitivas que são expressas como verdade absoluta, e as citações que faz de autoridades ("a Bíblia diz...", "meu pastor diz...") mostrarão a raivosa Hera sob uma luz totalmente positiva e ofuscarão o tema sob análise, porque obviamente sempre há dois lados para cada questão e para cada matrimônio desfeito.
No caso da função pensante fora de controle da mulher, ou da raivosa Hera como animus, o aconselhamento junguiano pode ser um processo apropriado para esclarecer a situação. O "eu" deve de novo passar a funcionar separado do "nós" e o Self diferenciado do "outro".
A mulher pode então assumir sua própria posição individual distinta da do marido, de sua mãe, do ministro ou do astrólogo, e baseá-la em valores pessoais do seu caso particular, deixando de lado projeções do animus, expectativas da outra pessoa com quem está se relacionando, e opiniões daqueles que a cercam.
Trânsitos dos planetas exteriores pela Sétima Casa no horóscopo da pessoa podem ajudar a ter clareza ou perspectiva; ou a Lua em progressão pela Sétima, ou entrando em contato com um planeta natal nessa casa, pode facilitar o acesso ao Inconsciente e a obtenção da consciência individual que ajuda a tomar a decisão.
Considerando o tempo de vida, um período muito importante para Libra são os anos em que se verificam trânsitos pela 7ª Casa. É nessa fase que Libra se torna mais consciente de suas próprias expectativas nos relacionamentos e lhes dá uma nova direção através de uma objetividade que desenvolveu recentemente.
Para alguns de meus clientes, este período significou real crescimento e maturidade na compreensão da função do outro em suas vidas. Isso tende a verificar-se quer o cliente esteja, quer não casado ou envolvido em algum relacionamento na época. Se casado, o equilíbrio do Self e do outro tem possibilidade de acontecer no mundo externo através de alguma mudança na natureza do relacionamento.
Se solteiro no momento, a compreensão e as mudanças de atitude podem ocorrer no interior, por meio de sonhos em que imagens da anima ou do animus apresentam a questão da cooperação. Durante esses trânsitos, alguns clientes enfrentaram a questão da cooperação versus competição (Libra versus Áries) em sociedade de negócios.
Embora a Deusa Afrodite seja essencialmente romântica, uma deusa da sensação mais interessada na fantasia do que na criação de Filhos (de fato não se consegue imaginá-la trocando fraldas), ela é muito fértil. Ela tem filhos. Entre sua progênie estão Eros, com quem já nos encontramos, o Hermafrodita e Enéias.
Friedrich nos diz que, de acordo com uma lenda, quando seus filhos eram pequenos ela os deixou sob os cuidados de ninfas amas-secas e foi divertir-se com passatempos românticos e artísticos. Isso está coerente com o estilo de muitas de minhas clientes librianas.
Mas a história de sua ajuda a Enéias era uma das favoritas dos gregos, um contraste efetivo entre Atena, que amava o campo de batalha, e a Deusa Paz, Afrodite, que o detestava. Este é o principal ponto contrastante entre Libra e Áries: "Faça Amor, não faça a Guerra." Friedrich traça um importante paralelo simbólico - na arte Afrodite estava associada à pomba da paz e Atena a uma ave predatória, a coruja.
O filho de Afrodite, Enéias, foi quase morto na Guerra de Tróia, mas a deusa, amorosa, recendendo a óleos e perfumes agradáveis, cada cabelo no seu lugar, jogou-se em meio à luta e afastou-o do alcance das armas de Diomedes. Ao resgatá-lo, Afrodite arranhou seu delicado pulso e, percebendo a escoriação, inesperadamente deixou Enéias cair ao chão.
Voltou-se então para Zeus e lamentou, "Veja este ferimento. Por que precisei eu vir a um lugar tão horrível quanto este campo de batalha? É indecente eu estar aqui no meio de todo esse sangue e mortandade. Este não é meu lugar." Zeus, divertido com ela, deu umas boas gargalhadas e mandou-a para casa cuidar de seus ferimentos - "... você não devia se imiscuir nos assuntos de guerra. Agora, vá, e dê atenção às doces tarefas do amor". Atena, Deusa da Vitória, divcrtindo-se consigo mesma, escarneceu de Afrodite - "Você tem certeza de que não se arranhou fechando o broche hoje de manhã?"
Os demais deuses juntaram-se às gargalhadas porque Afrodite fora pega numa situação muito inadequada. De fato, campos de batalha são lugares inconvenientes para Libra. Desentendimentos e desarmonia devem ser evitados. No Olimpo, o lugar de Afrodite era com os Formosos. Se alguém pedir a um libriano arquetípico que o ajude numa atividade desordenada, como pôr ordem na garagem, ou fazer a limpeza na cozinha depois de um jantar festivo, Libra provavelmente lhe mostrará o arranhão e pedirá licença para ir embora, ou então se lembrará de um compromisso importante.
Embora o escárnio de Atena não seja recomendável, muitos de nós já estivemos em condições de simpatizar com ele.
Em defesa de Afrodite, lembramos que ela é um planeta benéfico, a estrela da manhã, de dourado cintilante. Planetas benéficos não são bons trabalhadores. Na regência de Afrodite sobre Touro, um signo Fixo, observamos algumas tendências dela de tornar-se emperrada ou rígida, demasiadamente estruturada.
Com sua regência de Cardealidade, temos maior flexibilidade, com a possível exceção da área do relacionamento, em que parte de sua inércia benéfica chega a bom termo. Muitos clientes de Libra ou Libra ascendente mantêm por anos um relacionamento amoroso frustrado em vez de divorciar-se. Às vezes, como os taurinos, os librianos ficam plantados no mesmo lugar por seu apego ao conforto material ou a um determinado padrão de vida.
Em outros casos, entretanto, Libra dirá a seus amigos que, embora o cônjuge esteja muito longe de ser o parceiro ideal, ela ficará com ele ou ela devido à crença no compromisso matrimonial - o contrato da 7ª Casa. Quando Libra é realmente infeliz mas por ser apaziguadora se recusa a provocar marolas no casamento, Saturno muitas vezes está fortemente posicionado no horóscopo do indivíduo.
Como planeta de mente formal, ele desempenha sua função exaltada na vida de muitos librianos. (Mais se dirá sobre outros significados da exaltação de Saturno mais adiante, mas na área do relacionamento ele representa o compromisso sério.) Ao longo dos anos, muitos amigos de librianos fizeram a observação, "X se queixava tanto de seu marido que fiquei feliz ao ouvir que finalmente ela se separou do monstro. Mas agora voltou novamente para ele." Ou, "Este meu amigo libriano, que tem uma mulher impossível, exigente, divorciou-se dela - mas agora estão se casando de novo.
É difícil entender isso. Quando por fim me encontrei com a Harpia, ela não me pareceu tão ruim como pensei que fosse. Sua aparência era como a da mulher de qualquer outro indivíduo..." Muitas vezes, quando Libra passa a ter encontros fora do casamento, ele(a) descobre que o ex-cônjuge tem tanta semelhança com o amor ideal como qualquer outra pessoa, qualquer outro mortal imperfeito deste mundo.
A realidade de Saturno torna-se visível durante a separação. Todos somos humanos; ninguém está isento de falhas. Muitos de meus clientes librianos divorciaram-se e depois voltaram a casar-se com o parceiro antigo. É muito difícil encontrar Afrodite ou Adônis Encarnados.
A Balança ou os Pratos, o glifo de Libra (j), representa o equilíbrio. Originalmente o símbolo pode ter derivado do ponto de equilíbrio por que a própria Terra passava no Equinócio de Outono. A palavra equinócio significa dias iguais e noites iguais, ou equilíbrio cósmico.
A Balança ou os Pratos, o glifo de Libra (j), representa o equilíbrio. Originalmente o símbolo pode ter derivado do ponto de equilíbrio por que a própria Terra passava no Equinócio de Outono. A palavra equinócio significa dias iguais e noites iguais, ou equilíbrio cósmico.
No século XX, pelo final de Libra, atrasamos nossos relógios como reflexo do crescente desequilíbrio que começa em Escorpião quando as noites tornam-se mais longas do que os dias.
Um modo de interpretar o equilíbrio sazonal de Libra poderia ser primeiro considerar a energia ardente de Virgem todos os anos. Há um início de estação definitivamente borbulhante pelo fim de agosto, quando o verão vai chegando ao seu final e ao mesmo tempo se aproxima o estado de ânimo sério do retorno ao trabalho e à escola.
Existe uma agitação ativa em torno do "Labor Day" (Dia do Trabalho - l8 segunda-feira de setembro) quando as crianças são levadas, muitas vezes sob protestos, a fazer compras de sapatos e cadernos escolares; os professores elaboram seus planos de aula e muitos adultos retornam à sua rotina de trabalho.
Pouco depois, nos meados de setembro, todos tendem a relaxar. As crianças já se acostumaram aos novos professores e às novas matérias. As mães se adaptaram ao novo horário de verem os filhos sair todos os dias, e as que não trabalham começaram a gostar de seu tempo livre.
Pela última semana de setembro, início de Libra, a diligente Virgem chega ao fim e um calmo e tranqüilo equilíbrio se estabelece. É quase como se um hiato se fizesse necessário antes de a Terra iniciar seu movimento na direção da intensidade de Escorpião.
No Egito, a balança era o instrumento de medida de Thot; ele a utilizava nos Mundos Inferiores para julgar os corações das almas recém-chegadas. Já encontramos Thot em Virgem. Como o grego Hermes, Thot era um Mensageiro entre os três mundos - o mundo dos deuses, o dos homens e o dos mortos (o Inferno). Thot tinha thouhs, uma função a mais que Hermes não possuía. Assim, todas as associações tradicionais que fazemos com Libra - Julgamento, a Balança e o Livro -também diziam respeito a Thot. Foi Thot que compôs todos os sábios tratados do Egito, tanto seculares quanto sagrados, científicos e espirituais.
Ele era Hermes no seu aspecto mais bondoso, pois Thot possuía um coração compreensivo. Seu hieróglifo era o símbolo da íbis, a ave que, quando em repouso, aconchega sua cabeça junto ao peito numa posição em forma de coração.
Thot era assim uma espécie de símbolo conjugado de Hermes/Afrodite. Ele tinha uma mente culta e também tinha coração. Ele era menos o brincalhão e mais o mágico sério, como o Hermes alquímico. Sua função de mensageiro, curador e juiz fazia dele uma ponte natural entre Virgem e Libra. O Equinócio do Outono era um tempo sagrado para Thot, o Olho Escuro de Rá, que presidia o clima frio e o início do esmorecimento da luz solar em Escorpião.
Os que têm energia planetária nos signos do outono, de Virgem a Escorpião, terão muito proveito com o estudo das pinturas em papiro do julgamento de Osíris. Elas revelam uma progressão da morte à ressurreição e ao julgamento.
Há uma sensação de segurança com relação à balança de Thot e a seu Livro dos Mortos, com seus encantamentos destinados a proteger Osíris de seus próprios medos interiores e de outros monstros do mundo inferior. Nos quadros de papiro Osíris passa das mãos hábeis de Ísis, sua mulher de Virgem, ao libriano juízo de Thot, à sua ressurreição em Escorpião (o mundo inferior).
Osíris e Thot como juizes, e seu livro, outro símbolo de Libra, são importantes para compreender este arquétipo. Os librianos têm um padrão de justiça interior que atua desde a primeira infância. "Não é justo" é com freqüência a primeira frase que sai da boca de uma criança libriana.
O valor da justiça interior é aplicado aos adultos presentes em sua vida - pais, vizinhos e professores. Mais tarde, é extensivo a seus colegas de trabalho e supervisores. Um libriano no trabalho pode ficar numa situação verdadeiramente miserável remoendo sobre a falta de justiça ao seu redor em situações em que os outros estão indiferentes ou mesmo inconscientes delas.
É como se Libra passasse a vida pesando os corações dos outros na balança de Thot, seguindo os critérios da pena da deusa Maat, e os constatasse insuficientes. Entretanto, cm geral é o cônjuge que mais sofre por ser "pesado na balança".
Parte do problema dos relacionamentos é que o juiz interior de Libra, que esteve pesando os outros desde a infância, tem expectativas com relação ao cônjuge após terminado o período de cortejo romântico de Afrodite.
Parte do problema dos relacionamentos é que o juiz interior de Libra, que esteve pesando os outros desde a infância, tem expectativas com relação ao cônjuge após terminado o período de cortejo romântico de Afrodite.
O cônjuge é humano e as fortes aversões e rejeições que Libra manifestou quando o professor lhe dizia que devia fazer sua tarefa de casa irão manifestar-se quando ele(a) espera algo do cônjuge num relacionamento. Todo parceiro(a) tem aspectos que simplesmente não são agradáveis, como no caso do professor ou do patrão. Mas temos de cooperar (7ª Casa) mesmo com pessoas cujos hábitos nos levam à loucura.
Assim como Libra tinha de fazer sua tarefa, gostasse ou não do professor, ou tem de executar seu trabalho, goste ou não do patrão, ele(a) precisa comprometer-se com o cônjuge mesmo quando este parece parcial e ele(a) não gosta. Afrodite pode observar o ambiente e pensar, "As coisas podem ser mais adequadas em outra empresa, galeria, universidade - ou em outro casamento. Talvez nem possa fazer uma mudança. Talvez outro sócio ou outro cônjuge possa gostar mais de mim (Afrodite)." A Justiça dos Deuses não é a justiça dos homens - e certamente nem sempre a justiça de Libra.
Outro aspecto interessante com relação a Libra é que o Sétimo Signo do zodíaco é semelhante ao sétimo dia da criação da história do Gênesis. "No sétimo dia Deus descansou." Os outros onze signos arquetípicos podem aprender de Libra a sabedoria do repouso e da contemplação de suas criações. Quando retornamos de um intervalo, nos sentimos mais relaxados e eficientes. O que o libriano gosta de fazer à noite? Descansar.
A menos que seu horóscopo tenha um Saturno proeminente, ele(a) não leva para casa uma pasta cheia de papéis como uma pessoa de signo Terra faria. Libra segue seu caminho com calma, com serenidade. É por isso que em geral é inútil sugerir a um cliente Libra que instale sua própria consultoria, ou galeria, ou empresa de decoração só porque seu patrão é injusto e desorganizado.
A não ser que tenha uma Cruz Cardeal ou Quadratura-T, Libra provavelmente irá replicar, "Oh, não, eu não quero esse tipo de responsabilidade administrativa." "Mas você se sente tão mal em seu atual emprego; as coisas estão tão desorganizadas e desarmônicas", observa o astrólogo. "Você é um signo cardeal, e tem habilidades gerenciais promissoras. Você é bom também com pessoas. Por que não abrir seu próprio negócio?" "É muita confusão", diz Libra. Ele(a) continua buscando a situação perfeita, o estúdio ideal, os sócios ideais.
Ainda assim, Libra tem uma importante contribuição a dar aos signos mais compulsivos. Os que são só trabalho e nenhum divertimento descobrem que seu tempo de atividade não é tão criativo e eficiente como gostariam que fosse. Todos precisamos de tempo para serenar e simplesmente contemplar o firmamento, como o empregado libriano que se senta pousando os pés sobre a mesa de trabalho, sem nenhum papel à vista, enquanto seu patrão o observa de longe. Ele está pensando, refletindo, em contato com sua musa; ele provavelmente está desenvolvendo uma idéia que apresentará na reunião da comissão.
O patrão, todavia, terá de ver e ouvir para acreditar que Libra realmente esteve trabalhando. Libra com freqüência tem seu melhor período de ideação durante longos intervalos para o cafezinho, quando a mente vagueia livre, mas os signos Terra que o cercam sentirão que ele faz o trabalho parecer fácil demais ou que provavelmente é negligente com suas responsabilidades; de outro modo ele precisaria de tanto tempo quanto eles para fazer a mesma tarefa. Ele tem de dizer-lhes claramente quais os atalhos de procedimento que adota para que eles não o considerem irresponsável.
A exaltação de Saturno em Libra, uma das mais bem posicionadas, pode ser alcançada se Libra sintonizar com ela. Saturno tem relação com a disciplina interior precisamente nas áreas da vida em que Afrodite é indolente - pontualidade; autocontrole (de modo especial no que se refere a dietas e exercícios à medida que Libra ou Libra ascendente vai envelhecendo - Afrodite gosta de coisas doces); assumir responsabilidades, mesmo que signifique dizer coisas desagradáveis aos funcionários que Libra temporariamente supervisiona; trabalho com papéis (Afrodite entedia-se e quer realizar atividades criativas, não repetitivas; manter a escrivaninha limpa; todas aquelas coisas saturninas do signo Terra obrigatórias e enfadonhas que Libra não sente como importantes.
Entretanto, Libra tem um talento de administração Cardeal e Saturno é um planeta profissional, ambicioso. A energia conjunta de Saturno e Libra pode ajudar a compensar o estado de espírito da ardente Afrodite quando ela se ressente das obrigações extras a ela impostas.
O aspecto negativo da exaltação de Saturno em Libra seria sua fragilidade, sua rigidez, sua recusa a ser flexível. A Justiça é uma bela carta do Taro, mas a carta do Julgamento é muito mais rigorosa. Saturno em Libra pode significar que a aspereza, a austeridade do juiz, se manifesta; o supervisor exigente pode ser um juiz impiedoso, desprovido da compreensão cordial de Thot.
É útil observar nos horóscopos librianos se Vênus (Afrodite) está aspectada com Saturno. Se isso ocorrer, uma tendência a julgar os outros pode vir à tona devido à força natural da exaltação de Saturno. Se Saturno é forte no mapa, especialmente se está na Sétima Casa, o casamento é visto como um contrato que garante a segurança emocional e/ou financeira.
Todavia, a praticidade de Saturno exaltado pode também ajudar a equilibrar o idealismo e a dar solidez às expectativas idealísticas de alguns que participam deste arquétipo. Saturno sabe que não há realmente matrimônio harmonioso, perfeito, ou ambiente de trabalho verdadeiramente criativo - que tudo tem suas falhas.
O compreensivo coração de Thot ajuda a modificar o julgamento de Saturno, o que também é feito pela visão objetiva de Urano, pai de Afrodite, regente esotérico de Libra. Urano tem uma objetividade com relação às situações e injustiças da vida que auxilia Libra a conter-se e a distanciar-se em vez de ceder a Afrodite, a regente mundana, quando ela leva as coisas a um nível muito pessoal.
Urano, com sua tolerância, objetividade e amizade universal, pode dizer, "O patrão está num dia ruim hoje." Essa percepção e manifestação despersonaliza a reação de Afrodite. "O patrão não está sendo justo comigo; este lugar está um caos para mim, vou para casa mais cedo hoje." Um libriano mais esotérico pode não querer proferir a sentença, dando assim aos demais o benefício da dúvida.
Em seu ensaio "The Feeling Function", o analista junguiano James Hillman descreve o casamento como um recipiente para o desenvolvimento da função da sensação pela sintonia com os valores de Eros do compartilhar, relacionar-se e cooperar. O casamento pode ser imaginado como uma espécie de vaso alquímico para a purificação e desenvolvimento da personalidade.
Segundo Hillman, apaixonar-se significa aproveitar a ocasião, e confiar nos próprios juízos de sensação. Em nossa época é mais fácil deixar o patrão ou mudar-se de um lugar para outro do que abandonar um parceiro de casamento. Além disso, a exaltação de Saturno em Libra confere seriedade ao contrato matrimonial. Além deste compromisso Afrodite/Hera assumido diante da comunidade reunida, poucas são as cerimônias ou rituais que, na sociedade ocidental, celebram a união.
Hillman acredita que, no casamento, mesmo pessoas que consideram a sensação como função inferior chegam a aceitar suas próprias sensações e valores porque o parceiro as aceita (essas pessoas) como são. No casamento, as pessoas podem até mesmo entender-se com o aspecto dependente ou pegajoso (um aspecto delas que os planetas Áries ou da 1ª Casa odeiam), um aspecto muito impopular na literatura do século XX. Hillman nos lembra que quando amamos nos sentimos jovens, saudáveis, inteiros. Estamos prontos a correr o risco de sermos feridos ou de ferir os outros pelas alegrias e tristezas que nossa natureza pensante poderia de outro modo procurar evitar. No mito, Eros como arquétipo oferece sua força a Psique.
No casamento, entretanto, facetas da personalidade que permaneceram seguramente ocultas durante o namoro sobem à superfície. Cada parte vê o lado negro da outra. Ele (ela) pode escondê-la no trabalho, mas a persona não nos protege do escrutínio do cônjuge.
Como Marie-Louise von Franz observou na entrevista do filme Way of the Dream1, "Quando o animus da mulher encontra a anima do homem, a animosidade pode aparecer." Em "The Feeling Function", Hillman nos apresenta um exemplo que todos observamos em casais que conhecemos.
O homem pode realmente estar irritado com sua mulher, mas sua anima procura amainar a situação. Ele então escolhe um restaurante romântico para um jantar à luz de velas, oferece-lhe polidamente a cadeira, acende seu cigarro, pede um jantar gastronômico e se porta de maneira perfeitamente delicada e fascinante. Mas ele ignora sua mulher e fica o tempo todo falando com a garçonete, entretendo-a e sendo por ela entretido.
Sua mulher fumega interiormente. Um pouco mais e o seu animus se enraivece, faz escândalo, exige. Ele se recolhe a um silêncio amuado, a anima dele desempenhando a função feminina relativamente ao animus dela. Ele mostrou boas maneiras enquanto ela se portou de um modo incivilizado, arruinando uma noite prazerosa. Ela pensa que foi manipulada.
No dia seguinte ele pode fazer mexerico e queixar-se dela no trabalho com uma simpática secretária.
Em Way of the Dream, von Franz afirmou que é importante perceber, numa discussão séria entre um casal, que podem muito bem existir quatro participantes, incluindo o animus da mulher com seus "poderias" e "deverias" e generalizações agressivas e obstinadas, e a anima do homem, pondo panos quentes, ou retraindo-se a um estado de espírito soturno, evitando discutir, reprimindo sua raiva. Vi este padrão principalmente ao trabalhar com clientes de Libra ascendente, e também em algumas pessoas com Sol em Libra.
A suave e delicada Afrodite como anima do homem pode ser provocante e revelar o animus assertivo da mulher. Ela toma as decisões que ele deveria tomar quando ele vacila, e ele se queixa aos outros que ela constantemente decide por ele. E, todavia, a hesitação dele, do ponto de vista dela, obriga-a a tomar a dianteira à revelia.
Reduzir a batalha de quatro a dois restringindo o comportamento da anima/animus descarrega a energia da sala e facilita tratar a questão de modo adulto. Para Libra/Libra ascendente, ou para pessoas em cujo mapa Vênus é mais forte que Marte por posição de Casa e aspectos, ou pessoas com muitos planetas na Sétima Casa, é importante expressar os sentimentos negativos que persistem, em vez de desejá-los distantes e tornar-se polido, atencioso ou distante. Simbolicamente, sentimentos negativos que não são filtrados podem formar, em Libra, cálculos renais. Os rins são o sistema de filtro do corpo.
Urano, como regente esotérico, pode objetivar o sistema de valores apresentando novas pessoas de formação muito diferente, com sistemas de valores muito diversificados no transcorrer do casamento. Assim como características negativas ocultas durante o namoro emergem após o casamento, do mesmo modo toda parentela se torna bem visível depois da cerimônia legal, contratual.
Muitas vezes o astrólogo percebe antes do próprio casal que isso está acontecendo, embora ambos estejam muito seguros de que suas diferenças étnicas, religiosas e educacionais não pesarão um iota. Mas a presumível sogra italiana irá aparecer e dizer, "Não gosto disto. Meu filho deveria casar-se com uma boa esposa italiana, católica, que mandará meus netos a escolas paroquiais. Isso não vai dar certo." "Bem", diz o astrólogo, "talvez você e também seu filho tenham algo a aprender desta jovem protestante.
O ponto de vista dela irá certamente possibilitar-lhe alguns novos conceitos, uma visão diferente da vida, uma nova perspectiva com relação aos valores." "Bobagem", diz a futura sogra, "meu julgamento está correto. Quem precisa de 'novas idéias' ou 'novos modos de ver'? Os valores antigos são os valores verdadeiros, os únicos dignos de respeito." Urano, o regente esotérico da instituição matrimonial, tem muito trabalho pela frente para convencer a sogra a considerar novas perspectivas.
Entretanto, a menos que vivam em lados opostos do continente, certamente surgirão muitas ocasiões para que as idéias radicais de Urano permeiem ambas as famílias, produzindo, espera-se, abertura mental, aceitação tolerante e crescimento. (A chegada de netos geralmente propicia a harmonização familiar.)
Expansão e aperfeiçoamento de acordo com os valores é a atividade conjunta dos regentes mundano e esotérico de Libra.
Em geral, o matrimônio é a área em que a pressão do processo alquímico opera. "Não posso simplesmente optar por relacionar-me e expressar Afrodite/Eros em minha arte?", pergunta Libra ascendente. "Não há aí um 'pulo do gato', um parceiro perfeito de uma vida passada?
Uma relação com a qual eu possa simplesmente relaxar e estar à vontade? Se não é possível existir um relacionamento de almas gêmeas que não machuque e que não exija trabalho (Saturno), talvez eu deva desistir e dedicar-me a tirar o pó do altar da igreja - oferecer minha natureza romântica a Deus." Libra/Libra ascendente pode tentar esse expediente por algum tempo, mas a função da sensação em geral a leva para outro relacionamento.
Temos tendência a pensar em termos de "batalha dos sexos" desenrolando-se ao nosso redor em nosso mundo de dualidade em que opostos, como Masculino e Feminino, parecem chocar-se como címbalos ou pratos ruidosos.
Para James Hillman é um clichê insidioso acreditar que as mulheres são natural e automaticamente tipos sentimentais e que os homens nascem pensadores. E insidioso porque favorece a preguiça, e não propicia a integração da personalidade dos indivíduos de nenhum dos sexos. Como seres humanos, todos temos uma função do pensamento e uma função do sentimento a desenvolver.
Mas, por pensarmos em termos de opostos, muitas mulheres indolentes permitem que os homens desempenhem a função do pensamento por elas, enquanto elas alicerçam os valores da família a partir do sentimento. Os homens tomam as decisões do pensamento mundano ou, inversamente, deixam que suas mulheres e amantes desempenhem inteiramente a função do sentimento, inclusive a da total responsabilidade pelo relacionamento.
Os homens não precisam trabalhar esse aspecto, porque não se "espera que sejam tipos sentimentais". Eles também podem ser negligentes relativamente a desenvolver uma valorização das artes, um gosto pelo trajar, confiança em seu quadro de valores e em seus juízos de valor.
Hillman apresenta o exemplo de um casal que, no aspecto do relacionamento, cada uma das partes exerce as funções inferiores da outra, o que certamente se constitui num método fácil e muito comum, embora também seja dos mais inconscientes. (É trabalho árduo tentar desenvolver a função inferior quando, afinal de contas, o cônjuge deveria de todo modo ser bom nisso.)
Todavia, o caminho à plenitude exige que nos esforcemos. No exemplo de Hillman, a mulher leva o homem pelo braço a um concerto e a uma loja de roupas. Ela escolheu o concerto e irá também escolher o traje dele. Muitos de nós já vimos esse tipo de comportamento em lojas especializadas em artigos masculinos e em concertos.
Hillman não se aprofunda na formação básica do casal, astrologicamente. Mas um astrólogo pode identificar o arquétipo Venusiano/Libriano do gosto e do valor nessa situação concreta. Primeiro ele se afigura o libriano como sendo a mulher, e o marido ou namorado como um programador de computador Virgem duplo. Ela parece Afrodite e ele tem a aparência do sr. Magoo.
O lugar dela é junto a ambos esses ambientes de sentimento; talvez ela pareça uma consultora de maquilagem. Ela desenvolveu ou educou sua função do sentimento superior, que veio naturalmente com seu mapa natal. Ele desenvolveu sua função do pensamento, mas se apóia no julgamento dela. O comportamento que revelam se nos parece apropriado. Eles pensam e sentem, Afrodite e seu Hermes de meia-idade e um tanto acomodado, um casal equilibrado.
Vamos, agora, inverter a situação, astrologicamente. Ele está com Sol em Libra - um comerciante de móveis. Seu passatempo predileto é a fotografia, mas não desenvolveu seu gosto ou sua função do sentimento. Ele é naturalmente bom com as pessoas e suas vendas vão bem; é um tipo sensível, com boa dose de habilidade inata. Ela agora é a programadora de computador duplamente Virgem que usa óculos trifocais; ela parece a Sra. Magoo!
É um tipo pensante que desenvolveu sua função superior através de uma educação especializada. Ela é assinante da revista Computer Weekly e não se interessa por revistas de moda. Tudo na loja parece ser de grande valor. Mais do que isso, é difícil para ela valorizar o que está ali.
O seu Consumer Report não pode fornecer os dados sobre o gosto ou sobre os valores intangíveis que ela precisa nessa situação. Ela morde seu lábio inferior. A sociedade diz que ela deve ser competente nisso; afinal de contas, ela é uma mulher.
Ele é atraído por uma camisa de sombreado azul que parece assentar-lhe especialmente bem; ele sabe do que gosta, mas deixa a decisão final para ela. Quanto à questão de roupas, todos esperam que os homens façam exatamente isso. Mais tarde o casal vai ao concerto. No caminho de casa, para certificar-se, ela lhe pergunta: "Foi bom, não? Espero que sim; foi bastante caro." Ele responde: "Bem, gostei", com total confiança no gosto dele.
Hillman aprofunda o esclarecimento que faz sobre a necessidade de desenvolvimento das funções superior e inferior, dando um exemplo da área de "sentimento" da música. Simples interesse pelas artes não prova que a pessoa está em contato com a função do sentimento.
Os chefes dos campos de concentração nazistas admiravam entusiasticamente as óperas de Wagner, mas não estavam de nenhum modo em contato com suas funções do sentimento. E também nem todo artista irá desenvolver sua função do sentimento.
Um artista pode ter conhecimento em áreas do pensamento como matemática, técnicas e estrutura, mas ainda estar trabalhando para desenvolver estilo, originalidade, forma. Não podemos generalizar sobre artistas e sobre a função do sentimento mais do que podemos generalizar sobre homens e mulheres.
Segundo Hillman, tendemos a ver a vida dualisticamente - a perceber o pensamento e o sentimento como funções rivais da psique que devem sempre opor-se uma à outra, como peças de um jogo no campo da vida. Apesar disso, porém, elas são de fato duas pontas do mesmo eixo. (Em astrologia, isto também diz respeito a Áries/Libra, ou 1ª Casa / 7ª Casa.)
Afirma Hillman que todos estamos orientados no sentido de abordar a vida a partir do pensamento ou do sentimento - de qualquer deles que se constituir na função superior. Podemos continuar indefinidamente a refinar essa função fora de equilíbrio com relação ao outro, se assim decidimos.
Um tipo pensante pode sempre ler mais e mais seletivamente. Um tipo sentimental pode sempre aguçar seu gosto ou ampliar seus contatos sociais e artísticos, mas pode reservar pouco tempo para leitura; ou pode ler indiscriminadamente, escolhendo leituras fúteis.
O pensador pode passar a vida com muito pouca confiança em seu gosto pela arte ou por pessoas, ou por seus juízos de valor. Se está deprimido, ele pode dizer, "Tenho estado neste estado de ânimo por muito tempo. É muita negatividade! Isto interfere nos meus objetivos e no meu trabalho."
Mas ele pode não levar seus sentimentos suficientemente a sério de modo a perguntar, "Por que estou infeliz?" Por isso, ele pode continuar infeliz, mas consciente, enquanto o tipo sentimental continua cheio de energia. Assim, para uma personalidade equilibrada, inteira, feliz, é importante desenvolver e integrar ambas as funções.
Todos poderíamos nos tornar plenos de energia e conscientes.
"E preciso estar casado para fazer isso?" Vamos supor que você não tenha nada em Libra ou na Sétima Casa, mas tenha um stellium de planetas na Primeira Casa ou em Áries. Para você, a resposta é "Provavelmente não." Pode ocorrer que você não se preocupe com o Outro, com o ajustamento social; você poderia sentir-se preso numa relação dependente; é como se você perdesse sua independência e recebesse muito pouco em troca.
"E preciso estar casado para fazer isso?" Vamos supor que você não tenha nada em Libra ou na Sétima Casa, mas tenha um stellium de planetas na Primeira Casa ou em Áries. Para você, a resposta é "Provavelmente não." Pode ocorrer que você não se preocupe com o Outro, com o ajustamento social; você poderia sentir-se preso numa relação dependente; é como se você perdesse sua independência e recebesse muito pouco em troca.
Mas para quase todos nós, o casamento é um ótimo cadinho alquímico para a integração do Self com o outro, do pensamento com o sentimento, de idéias com valores.
Entre meus clientes e amigos, há muitos com Sol em Áries/Áries ascendente que são magneticamente atraídos por pessoas com Sol em Libra/Libra ascendente nos negócios e também nos relacionamentos pessoais. Há também muitos indivíduos com stellium na 1ª Casa que são fascinados por librianos ou por pessoas com stellium na 7ª. Isto, porém, pode ser uma divisão das funções matrimoniais. "Você é a minha função pensante; eu vou me relacionar com o mundo externo em seu lugar, vou nutri-lo, etc."
Instintivamente, as pessoas tendem a mover-se na direção desse equilíbrio; pelo menos é o que parece. Muitos militares têm a tendência de atrair mulheres atraentes, Afrodites artísticas, muitas das quais literalmente possuem planetas librianos. Homens de Libra com uma natureza teórica ou artística também gravitam em torno de mulheres com planetas em Áries/Áries ascendente - mulheres autônomas, decididas, que organizam, administram e programam a vida para eles.
A tendência é que os casais abordem a integração da personalidade de um modo instintivo, inconsciente. Mas o trabalho interior pode também ser realizado se, à medida que nos damos conta com maior clareza de nossos padrões de comportamento, conscientemente decidimos desenvolver nossa função inferior e também aperfeiçoar e diferenciar a função natural ou superior.
Chegamos neste ponto a alguns mitos de Libra. Um é relativo ao julgamento, uma questão tipicamente libriana, e os outros se referem a dois príncipes que preferiram sentar-se à beira da estrada e avaliar sua situação em vez de lutar - Arjuna e Telêmaco.
Eles preferiram observar a batalha como espectadores: "Sou impotente para agir. A batalha já está perdida, ou a situação se resolverá por si mesma sem minha participação." A dúvida é um problema endêmico para os signos Ar, contrariamente à polaridade Fogo, que, representada por Krishna ou Atena, impele à ação, a uma solução da dúvida - à coragem na adversidade; estimula para além de gostos e rejeições, e por fim ao cumprimento do dever de guerreiro ou de herói (exaltação dharmica de Saturno). Marte (Ares), regente da polaridade, favorece Libra com essas qualidades.
O mito do Julgamento de Paris pode ser encontrado nas obras Prolegomena (página 292), de Jane Harrison, Occidental Mythology (pp. 158-159), de Joseph Campbell, e Astrology of Fate (pp. 223-225), de Liz Greene. O mito é sobre Libra, sobre decisões e também sobre o desejo libriano de agradar - de ser tudo para todos e não ofender ninguém. Esotericamente, a mim ele quer significar que a busca de Libra é ir além do julgamento e da escolha em direção ao Amor Divino - Afrodite Celestial, Afrodite Urânia, amor ideal, amor puro.
O mito do julgamento envolvia um mortal, o Príncipe Paris, e três grandes deusas: Atena, Afrodite e Hera. Júpiter/Zeus, cujos caminhos são misteriosos aos homens, havia predeterminado que uma maçã dourada devia ser presenteada à deusa de maior merecimento.
Hermes foi enviado com a maçã ao encontro de Paris, que estava pastoreando um rebanho de ovelhas. A arte cerâmica, segundo estudos de Jane Harrison, mostra que Paris tentou fugir da escolha - a função de juiz - na direção de Tróia. Ele queria voltar para casa e eximir-se da responsabilidade.
Entretanto, Hermes o agarrou pelo punho e o posicionou na direção das deusas. Como Harrison e Campbell mencionam, elas não pareciam particularmente majestosas nos desenhos. (Você pode ver Paris e Hermes reproduzidos no Occidental Mythology, página 161.) Afrodite não parecia voluptuosa - pelo contrário, apresentava-se um tanto desalinhada.
Na verdade, a versão da história feita por Liz Greene apresenta Paris primeiro tentando cortar a maçã em três pedaços, um para cada deusa, como um libriano justo faria, mas Hermes não iria permitir isso. Zeus queria uma decisão, um julgamento. Paris, que desejava agradar, estava diante de um dilema - a escolha de qualquer das deusas atrairia contra ele a ira das outras duas. Segundo algumas narrações, todas tentaram subornar Paris.
Talvez até a intenção delas fosse presenteá-lo apenas por generosidade, ou quiçá Zeus quisesse que um mortal determinasse qual dos presentes seria o mais valioso - a bravura militar de Atena, o controle legítimo de toda a Ásia exercido por Hera, ou o de Afrodite. Paris tomou a decisão libriana - o amor; escolheu Afrodite.
Hera e Atena, rejeitadas e vingativas, começaram a Guerra de Tróia. Ela indispuseram gregos contra troianos e troianos contra gregos, que, afinal, sentiam-se satisfeitos em lutar. Entretanto, a gota final que iniciou a conflagração foi o presente que Afrodite deu a Paris, uma perfeita, nobre, ideal e pura mulher casada - Helena.
Este mito contém em si vários temas do arquétipo libriano: o não querer tomar decisões, deixando em aberto todas as opções, e procurando não perder a amizade de nenhuma das deusas; o tema de que não fazer um julgamento adia o assumir a responsabilidade que se segue à decisão; o tema que, para Libra, à dúvida se segue o desalento, "O que vai acontecer se as coisas não forem bem?" Muitas vezes a fantasia de apaixonar-se por um amor impossível, uma pessoa casada, também aparece no padrão de vida de Libra.
Para Libra, como para todos nós, nem toda decisão trará um resultado positivo; precisamos decidir e esperar pelo melhor. No caso de Paris, ele e Helena permaneceram juntos por dezenove anos e tiveram três filhos. Ele e os meninos morreram na Guerra de Tróia, mas Helena, filha de Zeus, foi devolvida aos gregos.
Seu povo a amava e a admirava mesmo depois da guerra e com ela chorava pelos seus sofrimentos.
A recepção que ela teve foi muito diferente daquela da Rainha e heroína indiana do final do épico Ramayana, Sita. Esta também é a história de um casal arquetípico, Rama, o rei, e sua mulher Sita. Sita, como Helena de Tróia, foi raptada, levada a uma terra estrangeira e mantida como prisioneira. No caso dos gregos houve o rompimento do vínculo entre o rei e a rainha; no caso indiano entre o rei e o povo. Para que o reino de Rama retornasse à unidade, o Feminino devia ser redimido. Embora um rei heróico e corajoso (um ego forte) fosse necessário, a ênfase estava posta sobre a necessidade de religação com o Feminino.
Assim, essas histórias são de tipos totalmente diferentes. As lutas de Ulisses, Rama e Menelau parecem ser mais pessoais, mais plenas de valor, mais intensas. Perder Helena ou Sita, ou para Ulisses perder Penélope, significava uma perda simbólica da anima, da alma, para o Rei e para o povo. Sem a adorável rainha, a alegria desapareceu do reino. Assim, o povo hindu, para assegurar-se de que conservava seu ideal de feminilidade intacto, submeteu Sita a uma prova de fogo.
Ela saiu da provação sã e salva; ela fora fiel a Rama e ao povo, ela era íntegra.
Em nossos tempos, quando o ideal do amor e da beleza parece menos nobre do que os ideais patriarcais, que são virtudes do pensamento, muitas mulheres acham difícil identificar-se com heroínas como a rainha Sita ou Helena de Tróia. Elas querem ser sócias com direitos iguais.
Em nossos tempos, quando o ideal do amor e da beleza parece menos nobre do que os ideais patriarcais, que são virtudes do pensamento, muitas mulheres acham difícil identificar-se com heroínas como a rainha Sita ou Helena de Tróia. Elas querem ser sócias com direitos iguais.
Hera, como esposa legítima de Zeus, a eterna sofredora mulher de um galanteador, não pode ser invocada. E, todavia, a função de suporte da mulher, a função da 7ª Casa pela qual uma mulher ambiciosa ajuda seu marido a ter sucesso profissional e preenche as ambições dela através do sucesso dele - o casamento de parceria em comum é ainda popular. Rosalyn Carter e Nancy Reagan são dois exemplos disso.
A sra. Reagan fez uma quase arquetípica afirmação específica da 7ª Casa, citada em Goddesses in Everywoman: "Minha vida era incompleta até eu encontrar Ronnie." A busca da plenitude por meio do casamento é a busca da 7ª Casa. Esse equilíbrio de energia para a personalidade da Sétima Casa talvez incluísse não apenas deusas como Hera, Sita, e a romântica Afrodite, mas ainda a Deusa da Polaridade, a integração de Atena.
Atena, como regente da 1ª Casa (Logos/Self), equilibra a Sétima Casa (Eros/Outro) porque representa a habilidade de lutar pela individualidade, de evitar de perder a própria identidade por uma fusão dependente, um total entregar-se ao sentimento da ligação - pelo casamento - que é a 7ª Casa. Atena é uma deusa que pode discriminar, assumir uma posição de destaque, agir de acordo com suas decisões, e expressar raiva de modo apropriado - diferentemente da raivosa Hera. Ela é uma versão mais inteligente (esotérica) de Ares/Marte. Afinal de contas, sua coruja representa a sabedoria.
Os astrólogos hindus mencionam que Libra é o único signo do zodíaco cujo símbolo não respira. Os outros são pássaros ou animais, um homem e dois peixes -símbolos que respiram. Mas para Libra temos a balança e o livro, dois objetos inanimados. Eles são símbolos tanto mentais quanto morais, mas não têm vida ou prana porque não podem respirar. "A letra da lei sem o espírito da lei é morta", poder-se-ia dizer em termos de interpretação.
Ou poder-se-ia observar este curioso signo Ar como espectador ou observador da vida, que teme cometer erros e acumular carma ruim - o Arjuna ou o Telêmaco que sente que a sorte está contra ele e é acabrunhadora; por isso, por que lutar? Esta visão da vida como um conjunto de problemas éticos que não requerem atividade física para que sejam solucionados também não tem vida. É apenas na área do romance, quando estão apaixonados, que se sente que os planetas de Libra estão vivos; e nisso, naturalmente, pode haver fantasia - um sonho impossível - um amor inacessível como a nobre Helena já unida a Menelau.
Penso que uma chave à falta de vida ou prana pode estar no fato de Thot, o juiz egípcio, ter escrito um Livro da Respiração - um livro de técnicas aparentemente esotéricas como as que os hindus chamam pranayama - manter a corrente interior, a força da vida em atividade. Para mim, pessoalmente, outra chave é o fato de que Libra, como outros signos, está localizada a 180 graus de um signo Fogo ativo, vivo, corajoso - Áries. Libra pode manifestar-se sobre a energia de Áries desse modo: "É impetuosa. É implacável na batalha. É temerária. É arrojada." Libra não tem como deixar de reconhecer a coragem, a decisão, a confiança e a vitalidade de Áries.
Há dois mitos, um da índia e outro da Odisséia grega, que parecem demonstrar a integração da polaridade Áries por figuras librianas arquetípicas. Seus Orientadores Divinos os impelem a praticar as usuais virtudes heróicas de Áries. Entretanto, uma vez obtida a coragem heróica, a mesma é empregada na redenção do Feminino.
O primeiro mito tem como personagem o herdeiro grego ao reino de ítaca -o jovem Telêmaco. Seu pai, Ulisses, está desaparecido desde o fim da Guerra de Tróia, perdido entre mulheres mágicas - bruxas, sereias e outras. Ulisses tenta encontrar seu lar e sua mulher Penélope, sua parceira da 7ª Casa (o Outro), seu lado feminino. Telêmaco perdeu toda esperança efetiva de rever seu pai vivo. Senta-se abatido, vendo os cortejadores de sua mãe - homens altos, atléticos e fortes, hábeis no manejo das armas, nutrindo-se do alimento de sua mãe e vivendo no palácio de seu pai.
Cheio de tristeza e dúvida, ele pensa, "O que posso fazer, jovem como sou, sem qualquer habilidade, inexperiente, um único garoto contra tantos? Eu simplesmente devo desistir. Como poderia lutar? E mesmo que tentasse, de que adiantaria com meu pai já morto? Que utilidade haveria nisso?"
A deusa Atena, a conselheira familiar, o espírito da sabedoria e da inspiração, decide ir a ítaca e infundir vida e coragem em Telêmaco. Ela se disfarça de estrangeiro, um viajante de nome Mentor, um homem "que conhecia Ulisses bem". Ela entra no palácio e diz a Telêmaco que seu pai está vivo nas ilhas e é exatamente por aí que ele pode começar a procurar Ulisses. Suas palavras são as seguintes:
" '...Concentre sua sagacidade e elabore um bom plano para matar esses parasitas, por astúcia ou por luta aberta. Na verdade, já passou o tempo de ficar brincando de criança; seus dias de infância foram-se. Você não ouviu falar do notável nome que Orestes, o jovem brilhante, construiu para si no mundo quando matou o traidor Egisto, que havia assassinado seu famoso pai? Você também, meu caro jovem, nobre e belo como o vejo agora, seja forte, para que possa ter um nome honrado nos lábios dos homens por muitas gerações...'
Após dizer isso, afastou-se como um pássaro, indo para o lanternim do telhado. No espírito do jovem ela deixou coragem e confiança e ele pensou em seu pai ainda mais do que antes. Ele compreendeu o significado de tudo, e estava admirado, porque acreditava que ela era um deus. Voltou imediatamente para o bando grosseiro, mais parecendo um deus do que um homem."
The Odissey, Mentor Edition, páginas 17 e 18.2
Telêmaco pôde acreditar em si mesmo e resgatar sua mãe (seu feminino interior) com a ajuda de seu pai (seu lado masculino). Ao final da história também Ulisses recuperou não apenas sua coragem, mas ainda encontrou seu lado feminino, sua fiel Penélope. A Odisséia e o Gita são histórias mais profundas, mais plenas de valor em comparação com muitas outras narrativas de heroísmo egóico.
Entretanto, minha história favorita sobre Libra procede do Bhagavad Gita Nas primeiras páginas dessa escritura hindu, encontramos um diálogo entre o Senhor Krishna, uma encarnação de Vishnu, e seu discípulo, príncipe Arjuna, o suposto herói.
A história tem um nível esotérico e também dá uma ênfase mundana à assimilação da coragem e esperança de Áries. (O Gita é uma discussão de 200 páginas sobre ética em meio a uma ação mais ampla, o Mahabharata.)
Krishna e Arjuna recolheram-se no meio de um enfurecido campo de batalha para discutir práticas e valores de ioga. Esotericamente, esse campo de batalha está dentro de todos nós. Ele se chama "Kurukshetra - o campo de batalha do coração". O Gita nos recomenda não desejarmos receber os "frutos de nossos labores" nesta vida mas, ao invés disso, cumprir nosso dever com espírito de correção; afastarmo-nos dos gostos e rejeições mesquinhos; viver uma vida equilibrada; não comer nem demais nem de menos; e nem dormir muito nem pouco. Ainda, o iogue aprende a respirar - a controlar a força vital. "Oferece a inspiração à expiração e a expiração à inspiração." Essa ênfase posta sobre o pranayama é resquício do Livro da Respiração de Thot. Esse é um texto muito rico, não apenas para os que participam do arquétipo de Libra, mas para todos nós.
No primeiro capítulo da história, Arjuna senta-se deprimido, depois de ter lançado distante seu arco e flechas, seus olhos cheios de lágrimas e compaixão por seus parentes, as forças inimigas.
"Por que deveria eu matar meus parentes, e em assim fazendo, seus filhos e netos? Isso não me trará paz de espírito. Por que abatê-los nos alvores da vida? Mesmo que fosse para tornar-me Rei dos Três Mundos, e não apenas de um reino terrestre, o que ganharia eu? Que proveito terei com a morte de parentes?"
"Mulheres serão raptadas por soldados de uma casta inferior e disso resultará a mistura de sangue e a ruína da própria casta."
"O que dizer se uma flecha perdida matar meu próprio venerado mestre de arco Drona, que aconselha meus primos? Isto seria uma grande desonra."
"O outro lado, os cem filhos de Dritherastra, são apenas ignorantes (Dritherastra significava 'cegueira') e não maus. Como posso trucidá-los - eles não fizeram mal algum."
"Meu arco arde em minhas mãos; abrirei meu peito ao inimigo; não lutarei."
Krishna responde à série de racionalizações de Arjuna com o argumento de que não há de fato morte no campo de batalha; é apenas a aparência da realidade - um jogo de sombras. Ele diz:
"Como esta fraqueza tomou conta de ti? Donde brota tão inglória inquietação, vergonhosa ao bravo, obstruindo o caminho da virtude? Não, Arjuna!... Não te permitas ceder à fraqueza, se Marte é teu nome guerreiro. Lança para longe de ti tua disposição covarde. Acorda! Sê tu mesmo. Levanta! Flagelo dos teus inimigos!
... Tu te atormentas onde tormento não deve haver. Falas palavras desprovidas de sabedoria. Porque o sábio de coração não pranteia os que vivem nem os que morrem... Tudo o que vive vive sempre.
"A alma que com intensa e constante serenidade considera a tristeza e a alegria com indiferença vive a vida que não morre.
Aquele que diz, 'Veja, eu matei um homem', ou 'Veja, eu estou morto', esses dois não sabem nada. A vida não pode matar. A vida não está morta.
"Não deixes que a perda seja temida... fé; sim, um pouco de fé irá salvar-te da angústia do teu pavor.
Busca a recompensa plena no agir de modo correto. Deixa que os atos corretos sejam teu impulso, não o fruto que deles provém. E vive em ação. Trabalha. Faz dos teus atos a tua piedade. Põe de lado todo ego, rejeita o ganho e o mérito; uniforme no bem e no mal: uniformidade é Ioga, é piedade.
... Despreza os que praticam a virtude pela recompensa que oferece. A mente de devoção pura, mesmo aqui, não leva em conta nem os bons nem os maus atos, passando por cima deles. Dedica-te à devoção pura: com a meditação perfeita vem o ato perfeito... e a ascensão justa.
Isto é Ioga - isto é paz."
"The Song Celestial", Bhagavad Gita, Sir Edward Arnold, páginas 9-25
"Faz dos teus atos a tua piedade!" Há muita verdade esotérica na fusão do Fogo Áries e do Ar Libra - a reflexão ou meditação libriana com os atos de Áries, e a calma e equanimidade de Libra com a força e coragem de Áries. A fé otimista de Áries para modificar o medo de errar de Libra - de ser injusto, ímprobo. Urano, o regente esotérico, também entra pela passagem. Urano representa o distanciamento dos pares de opostos - alegria e tristeza, vida e morte. Finalmente, Krishna insiste com Arjuna que se desapegue do desejo da recompensa da virtude ou do mérito - que não se preocupe com relação a seus atos serem bons ou maus ou de ser premiado por eles - mas que simplesmente pratique suas ações como um verdadeiro guerreiro Kshatriya que conhece seu drama.
Muitas pessoas com Sol em Libra e Libra ascendente têm Netuno, um planeta romântico, particularmente idealista, em conjunção com eles. Essas pessoas estão "Apaixonadas pelo próprio amor", e muitas vezes têm dificuldades em encontrar um parceiro no mundo real que possa preencher suas expectativas. Elas procuram colocá-lo(a) num pedestal e este invariavelmente desmorona. Libra então se sente ferida e desapontada. Penso que as pessoas com Netuno forte em contatos de Libra com planetas natais ou com ângulos como a cúspide da Sétima Casa tirariam muito proveito com a leitura do livro We, de Robert Johnson. Nesse valioso tratado, Johnson guia o leitor através da tradição do amor cortesão na Europa medieval e pelo mito romântico de Tristão e Isolda. Ele identifica duas Isoldas distintas: o amor humano de Tristão, a Isolda das Mãos Brancas. E a Isolda imperfeita por intermédio da qual ele experimentou grandes prazeres, sofrimentos e uma sensação de traição. A segunda Isolda, Isolda a Justa, é sua guia espiritual, a Isolda impessoal, divina. Como Afrodite na filosofia de Platão, ela representa o Amor Divino impessoal, o ideal perfeito da alma.
Considero importante que todos reflitamos sobre o arquétipo libriano, se temos ou não algum planeta libriano. Vivemos numa cultura que enfatiza o amor romântico como um ideal. Isto está no ar que nos rodeia. Todos temos Afrodite/Vênus em alguma casa em nosso horóscopo e Libra em (ou interceptado em) uma das cúspides de nossa Casa, também. Nessas casas lidamos não somente com o Bem, a Verdade e o Belo, mas com a intenção, o desejo e a ansiedade por calor e companhia. Nessa casa, se somos buscadores, também nos relacionamos com a aspiração espiritual.
Espiritualmente, associamos Libra, a balança (idealmente) equilibrada, com equilíbrio da mente, uma importante virtude do iogue, e também com a serenidade, a calma e a equanimidade. Muitos librianos são alegres na adversidade, frios e recolhidos nos tempos de crise. Eles mantêm sua cabeça no lugar quando todos ao redor estão perdendo a sua.
Este equilíbrio interior deve ser admirado e imitado, especialmente por aqueles cujo Marte os impele a reagirem descontroladamente ou com rapidez excessiva, fora de proporção em relação à situação. O capítulo II do Bhagavad Gita explica que mesmo que o guerreiro Kshatriya deva travar suas lutas no mundo exterior, ele deve agir a partir de um estado de paz interior. Tranqüilidade interior, porém, não significa que se possa sentar ao lado do campo de batalha da vida.
Urano é um planeta libertador, um planeta transpessoal. Ele eleva o ideal (Afrodite) ao nível do belo, do amor, da verdade e do valor universal. Como libriano esotérico, Mahatma Gandhi libertou seu país do domínio estrangeiro. Seu valor da não-violência, ahimsa, foi desenvolvido na África do Sul e na índia, onde sua coragem e fé foram testadas pelas autoridades políticas. Gandhi permaneceu fiel a seus princípios na adversidade e no final alcançou a vitória.
Colocou seu ideal político à frente de seu próprio relacionamento pessoal com sua mulher; pôs em risco sua paz e harmonia no lar para alcançar um objetivo mais elevado. Seu esforço em integrar a polaridade da coragem (Áries), em mostrar disposição de manter-se firme e enfrentar o inimigo, de agir com decisão, de acreditar em si mesmo e em seu dever são uma inspiração para todos nós, qualquer que seja nosso nível de sintonia em Libra, Vênus/Afrodite ou Urano.
A progressão de trinta anos através de Escorpião é uma passagem do Ar luminoso, alegre, para a Água profunda. Uma palavra de cautela ao leitor de Libra/Libra ascendente que está entrando em Escorpião agora: Agarre-se ao seu senso de humor. É de um a dois anos aproximadamente o tempo necessário para acostumar-se à nova energia, intensa, ardente e importante.
Se o Sol em progressão entra em conjunção com Mercúrio natal em Escorpião ou se Mercúrio libriano natal entra em Escorpião, Libra tem possibilidade de sentir uma premência a dedicar-se a algo prático de um modo atento e disciplinado. Para muitos librianos, especialmente para aqueles com nível baixo em Terra, esse ciclo prático pode parecer muito estranho.
"Isto não se parece comigo", diz o libriano cuja formação universitária deu-se num campo exótico como matemática pura, lingüística, belas artes, ou teoria política ou econômica. "Estou pensando em cursar contabilidade tributária; vejo a possibilidade de tornar-me um corretor de investimentos."
As mulheres librianas, aquelas verdadeiras Afrodites que se deliciaram em ficar em casa arranjando flores, decorando, passando o tempo e que no domingo se arriscam a tocar órgão na igreja ou a fazer arranjos de flores, podem também tornar-se práticas. "Estou cansada de televisão e de romances românticos. Estou cansada de ouvir meu marido resmungar das contas que temos que pagar. Acho que a harmonia familiar será restabelecida se eu ganhar algum dinheiro. Eu gostaria de vender cosméticos ou de ser uma decoradora de interiores. Você acha isso prático?"
Escorpião arquetípico tem relação com as finanças comuns e também com a vida sexual do invidíduo. Profissão em áreas financeiras e entendimento doméstico parecem inter-relacionados. Mas a disciplina dos trânsitos de Mercúrio tende a desgastar-se a menos que as progressões por Escorpião entrem em conjunção com planetas natais de negócios ou em sextil com planetas natais de Virgem (trabalho de precisão). Assim, muitos librianos rapidamente se aborrecerão com estudos financeiros mundanos, perderão o interesse e desistirão.
Se Saturno (arquetipicamente exaltado em Libra) não for forte no mapa natal, mantendo o interesse profissional, dentro de um ano ou dois Libra pergunta, "Por que eu estava interessada em contabilidade e em corretagem de seguro? Isso é muito estranho!" Não há espaço para o Bem, a Verdade e o Belo aqui. Afinal de contas, o dinheiro é de fato mundano.
Librianos cujo Sol em progressão ou Mercúrio entram em contato com muitos planetas de Escorpião natal podem interessar-se pela terapia sexual, hipnose, massagem, aconselhamento matrimonial ou psicologia. Muitos homens com Sol em Libra passaram da advocacia para a psicologia durante a progressão do Sol e Mercúrio por Escorpião, entrando em conjunção com planetas natais nas casas de Terra (2ª, 8ª e 10ª).
Nos relacionamentos, a questão mais importante para Libra, este pode ser o período mais estressante da vida se o regente mundano, Vênus/Afrodite, estiver em Escorpião. Quando o Sol e outros planetas em progressão entram em conjunção com Vênus natal em Escorpião, ativando alguns aspectos rudes em relação a Vênus, o lado escuro de Vênus escorpiônico é revelado: sua desconfiança, possessividade, inveja e medo da traição. Se Afrodite suspeita que foi menosprezada ou que outros estão fazendo mexericos a seu respeito, ela pode ser rancorosa, vingativa e insolente.
Ela queria ser a mais bela de todas, a vencedora do concurso de beleza. Se sente que está perdendo, especialmente para uma mulher mais jovem, Afrodite em Escorpião pode lutar traiçoeiramente.
O Sol em progressão ativando os aspectos de Vênus ou do regente da Sétima Casa pode encontrar Afrodite acusando o parceiro de infidelidade. Ela não parece realmente importar-se se ele é de fato infiel; o que faz é agarrar-se supersticiosamente à sua suspeita de um modo compulsivamente escorpiônico. Por fim, o cansado parceiro deixa de protestar sua inocência abertamente.
Para Vênus em Escorpião isto significa: "Ah, então eu estava certa o tempo todo. Você esteve me enganando; os outros sabem disso. Eu vou ficar aborrecida, afastar-me, ou custar-lhe muito dinheiro." Escorpião é regido por Marte no nível mundano, o que significa que Vênus em Escorpião pode estar se preparando para uma virada, talvez um acidente, ou uma perda financeira.
Em geral procuro convencer o libriano com Vênus em Escorpião, ou a pessoa de Libra ascendente, a ler os capítulos finais do Ramayana. Nesse capítulo, após um longo matrimônio, o Senhor Rama encontra sua mulher prisioneira no palácio de Ravana, seu inimigo. Rama tem a impressão de que ela foi pega em circunstâncias incriminadoras embora sua cela não esteja próxima às câmaras de Ravana.
Ele fica remoendo "o que os outros vão pensar" da virtude da rainha. (Afrodite é uma deusa social. Ela se preocupa com o que os outros pensam.) Ele expõe a pobre Sita, que ficou prisioneira por 11 anos, a uma prova pelo fogo.
Suas suspeitas mostram-se sem fundamento. Muitos deuses descem para conversar com Rama, entre eles três deuses reais, muito poderosos, que ele respeita - Indra, Shiva e Varuna. "Ela é pura; ela é inocente", bradam eles ao mesmo tempo que o fogo não consome suas vestes. "Oh, bem, eu tinha certeza disso. Eu só queria esta prova para que as outras pessoas também a aceitassem, e respeitassem a nós dois", diz o arrependido Rama.
No fim da história a ultrajada Sita lhe diz que ele é um rei indigno - que ele assumiu uma posição dúbia, vulgar com relação a ela, sua esposa, seu lado do sentimento. Esta é uma narração vigorosa. Se você tem Vênus em Escorpião, e se percebe que corresponde ao seu caso, você pode ler esta história em Hindu Myths (Penguin Classics), se sua livraria não dispuser do texto integral do Ramayana. A traição ou a suspeita é um aspecto importante para os que têm planetas na Sétima Casa, Sol em Libra ou Libra ascendente.
Finalmente, Afrodite pôs à prova Psique, sua futura nora - quatro tarefas impossíveis que lhe permitiriam provar se era digna de casar-se com Eros, o filho idolatrado de Afrodite. Possessividade, ciúme, inveja de outros que são mais jovens e belos parecem ser pontos importantes para Afrodite. Lembramo-nos aqui da estátua de uma deusa com o espelho. Embora Afrodite Urânia avance em idade com graça e beleza, porque está desapegada do corpo, este nem sempre é o caso de mães com Vênus em Escorpião.
Atitudes, valores e relacionamentos são transformados em Escorpião, o mesmo acontecendo com o amor, o dinheiro, a serenidade interior e o confronto externo (no trabalho ou em casa) quando Libra e Escorpião interagem. Neste ciclo, Libra não é mais um espectador na lateral do campo de batalha da vida ou um Arjuna que racionaliza ficando fora do combate.
Marte, regente de Escorpião, faz com que seja difícil para Vênus manter a paz. Marolas se formam em torno de Libra quer ele(a) queira quer não. A resposta esotérica é manter a calma interior através das turbulentas águas de Escorpião - no lar e no trabalho. Reagir com serenidade interior, mas com assertividade, assumindo uma posição por princípio, é o que se exige no mundo exterior. Plutão proporciona sua energia transformadora e sua vitória para muitos.
A progressão em Sagitário, regida por Júpiter, é bastante mais agradável. Como Libra, Sagitário regido por Júpiter é um signo brando, benéfico, positivo. Progredir por ele é um descanso para Libra. Viagens, progresso espiritual, bons amigos, publicações, sucesso nos litígios e honras acadêmicas estão entre as vantagens de Sagitário. Librianos que foram advogados ao longo de sua vida profissional podem tornar-se juizes neste ciclo.
Libra tem sorte neste ciclo, especialmente se ele(a) tem planetas natais sagitarianos que entrem em conjunção com o Sol em progressão, ou um trígono de Fogo que seja ativado pelo Sol em progressão, ou netos com quem possa sentir-se bem. (Sagitário, a 9ª Casa no zodíaco natural, é a Casa dos netos.) Se Júpiter natal está bem aspectado, a abundância pode chegar a Libra como resultado dos investimentos feitos durante o ciclo de Escorpião, ou das viagens de conferências, se sua Nona Casa está habitada por planetas bem aspectados.
Este ciclo pode propiciar oportunidades para proferir palestras muito concorridas sobre as teorias de Libra, visto que foram testadas e comprovadas no decurso de toda uma vida. Este não é um ciclo tão pressionado, ou tão forçado, como o ciclo de Escorpião regido por Marte, e portanto é muito mais agradável.
Libra pode fazer e alcançar seus objetivos se assim decidir, ou quando assim decidir; Libra não é pressionado pela esposa ou pelo ambiente externo e nem por sua própria natureza interior - seus próprios desejos. Como Libra, Sagitário sabe sentir prazer. Estes são alguns dos melhores anos para Libra. Para o dedicado profissional (Saturno exaltado) de Libra, estes anos podem ser coroados de honras, gratidão e admiração.
Os librianos que vivem a progressão de Capricórnio sentem-se novamente no controle, sentem-se mais Cardeais. Nesse sentido, esta progressão caracteriza um período semelhante ao da juventude, quando tinham opiniões bem definidas e queriam estruturar o mundo de acordo com suas teorias - exceto que agora muitos librianos dispõem dos recursos para fazer isso de fato. (Capricórnio Terra é o mundo da realidade no sentido mundano.) Capricórnio, entretanto, tem mais interesse nos arranjos finais - testamentos que dispõem sobre a propriedade e outras pessoas, procuração e decisões administrativas.
Librianos esotéricos de Urano podem viver tempo suficiente para ver seus ideais humanitários concretizarem-se neste ciclo; as pessoas da comunidade a que serviram podem dar o nome de Libra a um fundo de bolsas de estudo, a uma sala de aula, a uma ala de um museu de arte, ou colocar seu nome em bronze na porta do escritório de advocacia.
O administrador de Saturno exaltado pode usufruir este período, visto que ele traz não apenas honra, mas poder e orgulho de realização. Libra em progressão em Capricórnio pode sentir prazer e alegria em deixar para seus herdeiros os valores, palpáveis e impalpáveis, pelos quais ele(a) trabalhou arduamente durante toda a sua vida. Ele(a) pode terminar seus dias como patriarca ou matriarca.
Questionário
Como o arquétipo de Libra se expressa? Embora se refira de modo particular aos que têm o Sol em Libra ou Libra ascendente, qualquer pessoa pode aplicar esta série de questões à Casa que tem Libra (ou Libra interceptado) na cúspide. As respostas a essas perguntas indicarão o grau de contato do leitor com Vênus/Afrodite, a deusa do amor e da beleza, com seu (do leitor) sentimento, instinto e confiança em seus juízos de valor subjetivos.
Questionário
Como o arquétipo de Libra se expressa? Embora se refira de modo particular aos que têm o Sol em Libra ou Libra ascendente, qualquer pessoa pode aplicar esta série de questões à Casa que tem Libra (ou Libra interceptado) na cúspide. As respostas a essas perguntas indicarão o grau de contato do leitor com Vênus/Afrodite, a deusa do amor e da beleza, com seu (do leitor) sentimento, instinto e confiança em seus juízos de valor subjetivos.
1. Meu estilo de comunicação é
a. atraente e delicado.
b. atraente quando quero que assim seja.
c. forçado e direto.
2. Quando meus colegas de trabalho não estão se dando bem, eu
a. sempre exerço o papel de apaziguador.
b. tomo o lado do mais fraco.
c. ignoro-os completamente.
3. Entre minhas melhores qualidades, incluiria
a. diplomacia, bondade, confiança.
b. bondade, tato, bom humor.
c. assertividade, controle, habilidade de fazer com que o trabalho seja executado.
4. Entre minhas características negativas, eu listaria
a. indecisão, procrastinação, vacilação.
b. vaidade, julgamentos superficiais, indolência.
c. retórica direta, abrupta, rude.
a. indecisão, procrastinação, vacilação.
b. vaidade, julgamentos superficiais, indolência.
c. retórica direta, abrupta, rude.
5. Quando me encontro num ambiente desarmônico, eu
a. me sinto constrangido e procuro abandonar o local o quanto antes.
b. me sinto constrangido mas rapidamente me acostumo a ele.
c. não dou atenção a esse ambiente.
6. Meu maior medo é
a. perder a pessoa que amo.
b. perder meu status profissional.
c. perder toda minha riqueza.
a. me sinto constrangido e procuro abandonar o local o quanto antes.
b. me sinto constrangido mas rapidamente me acostumo a ele.
c. não dou atenção a esse ambiente.
6. Meu maior medo é
a. perder a pessoa que amo.
b. perder meu status profissional.
c. perder toda minha riqueza.
7. Se perguntado, diria que meu gosto pela música, decoração e arte é
a. muito bom.
b. bom.
c. fraco.
a. muito bom.
b. bom.
c. fraco.
8. Quando volto para casa após o trabalho eu
a. me sento (ou me deito) e descanso.
b. descanso por algum tempo e em seguida faço o que precisa ser feito ao
redor da casa.
c. dou imediatamente início a projetos que desenvolvo em casa.
a. me sento (ou me deito) e descanso.
b. descanso por algum tempo e em seguida faço o que precisa ser feito ao
redor da casa.
c. dou imediatamente início a projetos que desenvolvo em casa.
9. A parte mais fraca de meu corpo é
a. os rins, a região lombar.
b. a cabeça e o pescoço.
c. os pulmões, a digestão.
a. os rins, a região lombar.
b. a cabeça e o pescoço.
c. os pulmões, a digestão.
10. Quando me sinto tratado injustamente pelos outros, em geral é porque
a. eles foram injustos.
b. eles deram a promoção a outra pessoa.
c. eles feriram meus sentimentos.
a. eles foram injustos.
b. eles deram a promoção a outra pessoa.
c. eles feriram meus sentimentos.
Os que marcaram cinco ou mais respostas (a) estão em contato estreito com seus instintos. Os que assinalaram cinco ou mais respostas (b) precisam trabalhar mais conscientemente com Vênus/Afrodite. Os que registraram cinco ou mais respostas (c) não estão em contato com seu regente mundano (instintivo).
Essas pessoas precisam estudar a Casa que Vênus ocupa ou a Casa com Libra (Libra interceptado) na cúspide.
Onde está o ponto de equilíbrio entre Libra e Áries? Como Libra integra a independência, a coragem, a franqueza de Marte na personalidade? Embora diga respeito especialmente para os que têm o Sol em Libra e Libra ascendente, todos temos Vênus e Marte em alguma posição no horóscopo. Muitos de nós temos planetas nas Casas Sete e Um.
Para todos nós, a polaridade de Libra e Áries implica a questão da reciprocidade e também da independência.
1. Sinto-me mais à vontade
a. comigo mesmo, sem amarras que me prendam.
b. numa parceria equilibrada (cada um faz sua parte).
c. num relacionamento/parceria.
2. Quando se trata de praticar exercícios, eu
a. exercito-me freqüentemente e com disciplina. (Os exercícios aliviam as
tensões do dia.)
b. tenho um programa equilibrado que procuro cumprir.
c. me sento até que a necessidade do exercício esmoreça.
a. comigo mesmo, sem amarras que me prendam.
b. numa parceria equilibrada (cada um faz sua parte).
c. num relacionamento/parceria.
2. Quando se trata de praticar exercícios, eu
a. exercito-me freqüentemente e com disciplina. (Os exercícios aliviam as
tensões do dia.)
b. tenho um programa equilibrado que procuro cumprir.
c. me sento até que a necessidade do exercício esmoreça.
3. Para mim, a cooperação é mais importante do que a competição
a. 25% das vezes.
b. 50% das vezes.
c. 80% das vezes.
a. 25% das vezes.
b. 50% das vezes.
c. 80% das vezes.
4. Quando me encontro em meio a uma discussão, acho que funciona melhor
a. continuar me impondo até que a outra pessoa desista.
b. deixar minha opção clara e em seguida achar uma base comum sobre a qual
possamos concordar.
c. encontrar uma maneira de chegar a um acordo.
a. continuar me impondo até que a outra pessoa desista.
b. deixar minha opção clara e em seguida achar uma base comum sobre a qual
possamos concordar.
c. encontrar uma maneira de chegar a um acordo.
5. Meus colegas de trabalho provavelmente me consideram
a. insistente e assertivo.
b. como alguém que transige, mas firme onde necessário.
c. como alguém que transige e de fácil relacionamento.
a. insistente e assertivo.
b. como alguém que transige, mas firme onde necessário.
c. como alguém que transige e de fácil relacionamento.
Os que assinalaram três ou mais respostas (b) estão desenvolvendo um bom trabalho no sentido da integração da personalidade na polaridade Libra/Áries. Os que assinalaram três ou mais respostas (c) precisam trabalhar mais conscientemente com Marte natal em seus horóscopos. Os que marcaram três ou mais respostas (a) podem estar em desequilíbrio na outra direção. Estude Vênus e Marte no mapa natal. Qual é mais forte por posição de Casa, ou por posição em seu signo de regência ou exaltação? Está um ou outro desses planetas em detrimento, interceptado, ou em sua queda? Há algum aspecto mais importante entre eles? Os aspectos relativos ao planeta mais fraco ajudarão a indicar o caminho para sua integração.
O que significa ser um libriano esotérico? Como Libra integra o frio e objetivo Urano, seu regente esotérico, à personalidade? Todo libriano terá tanto Vênus, o planeta do sentimento, quanto Urano, o planeta do pensamento, em algum lugar no horóscopo. Urano bem integrado estende a perspectiva de Libra para além do Self e do parceiro para a comunidade maior. Urano traz desapego, originalidade e uma expansão do sistema de valores de Libra.
1. Meu cônjuge ideal é
a. Mãe Divina/Pai Celestial - amor no seu nível mais elevado.
b. uma mulher/homem espiritual (alma gêmea).
c. uma mulher bonita e atenciosa/um homem sensível e bonito.
2. Se meu cônjuge fosse me deixar, eu ficaria
a. triste por um tempo, mas isso passaria e eu continuaria com minha vida.
b. arrasado.
c. arrasado, e precisaria de muito tempo para novamente confiar numa nova
relação.
3. O serviço à humanidade é
a. mais importante que o serviço a si mesmo e aos que amamos.
b. importante para os chamados.
c. algo que não me interessa.
a. mais importante que o serviço a si mesmo e aos que amamos.
b. importante para os chamados.
c. algo que não me interessa.
4. Faço uso de minha balança libriana para
a. buscar meu próprio equilíbrio entre ideais elevados e a realidade prática.
b. equilibrar a mim mesmo e aos demais.
c. equilibrar os que me rodeiam.
a. buscar meu próprio equilíbrio entre ideais elevados e a realidade prática.
b. equilibrar a mim mesmo e aos demais.
c. equilibrar os que me rodeiam.
5. O objetivo da vida é
a. refazer-me, tornar-me capaz de refletir o divino.
b. manter o equilíbrio e a equanimidade ao longo das mudanças da vida.
c. mudar o mundo naquilo que posso e viver com aquilo que não consigo
mudar.
a. refazer-me, tornar-me capaz de refletir o divino.
b. manter o equilíbrio e a equanimidade ao longo das mudanças da vida.
c. mudar o mundo naquilo que posso e viver com aquilo que não consigo
mudar.
Os que marcaram três ou mais respostas (a) estão em contato com o regente esotérico. No nível esotérico a função de Urano é expandir Afrodite além do seu foco sobre a personalidade para um amor universal e divino. Os que registraram três ou mais respostas (b) estão trabalhando sobre si mesmos, mas precisam continuar. Os que assinalaram três ou mais respostas (c) realmente precisam de modo consciente integrar Urano em seu mapa. Harmonizar-se com Urano faz com que Afrodite redirecione sua atenção de seus próprios sentimentos feridos e irradie seu calor aos que a rodeiam.
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